Faz anos que muitos pais pressionam o Google para que crie ferramentas que ajudem as crianças a evitarem conteúdos impróprios nos resultados das buscas. Para resolver esse problema foi lançado nesta terça-feira o Kiddle, uma espécie de Google para crianças, que usa a lógica e a estrutura do famoso buscador, só que com filtros pré-selecionados pelos editores da ferramenta.
Os criadores certamente tiveram a melhor das intenções, mas analistas do mundo da tecnologia têm apontado que a ferramenta tem muitas fragilidades e suas “restrições” são tão simplistas que contorná-las é, com o perdão do trocadilho, brincadeira de criança.
O site Sky News identificou, por exemplos, que fotos de algumas celebridades em trajes mínimos e poses picantes ainda escapam do controle da rede, como é o caso das irmãs Kardashian ou de Vanessa Hudgens. Os resultados de alguns termos bloqueados, como “abortion”, por exemplo, aparecem sem nenhum obstáculo quando simplesmente separam-se as sílabas e digita-se “abor tion”.
Amanda Connolly, do site The Next Web, escreveu que “se eu pude descobrir isso em menos de dois minutos, não tenho dúvidas de que qualquer criança com experiência de internet pode fazer o mesmo”.
Outro ponto do debate é sobre onde pôr a linha entre o que protege a inocência da criança e o que a mantém ignorante sobre o mundo real. O Kiddle bloqueia termos que Connolly acha que deveriam ser tirados da restrição, como “suicídio” e “menstruação”.
“Talvez as intenções do criador do Kiddle tenham sido boas, mas é preciso um pouco mais de trabalho até que a ferramenta possa ser considerada como realmente útil”, disse a especialista em web.
Com informações do Deseret News.
Colaborou: Felipe Koller.