Comunidades evangélicas e católicas se uniram na criação de um projeto contra a ideologia de gênero. O Movimento Gênesis – Homem e Mulher os Criou, tem como objetivo reforçar o conceito de que a família, baseada no casamento entre um homem e uma mulher, é um projeto de Deus para o desenvolvimento saudável da sociedade e do ser humano. Nascido em Curitiba, o movimento já está se espalhando por todo o país.
“Queremos fortalecer esse ensino bíblico e mostrar que é esse o projeto que Deus tem para a sociedade: a família como célula principal”, explica Dorgival Pereira, coordenador da Associação das Igrejas Batistas da Grande Curitiba (BGC) e um dos organizadores do movimento, cujo lançamento foi marcado pelas celebrações do domingo (10/12) em igrejas evangélicas e católicas. Nas missas e cultos, homens compareceram vestidos de azul e mulheres de rosa.
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“Nessa data celebramos o Dia da Bíblia e quisemos dar ênfase a esse aspecto de que a família nasceu no coração de Deus. Que é algo bíblico!”, diz Pereira. A adesão ao movimento foi expressiva. Segundo Pereira, representantes de 28 igrejas evangélicas e da Igreja Católica estiveram presentes na reunião de organização. “Isso representa 80% dos cristãos da grande Curitiba”, diz.
O arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo, enviou uma carta aos padres de sua arquidiocese pedindo para que na homilia do domingo se enfatizasse “o valor da família, da comunhão familiar, da afetividade e do respeito pela identidade sexual que a natureza nos dotou”, assumindo “posições claras em favor do que nossa fé e doutrina eclesial nos ensinam”.
Além de instituições como a Convenção Batista Brasileira (CBB), a Associação das Igrejas Batistas da Grande Curitiba (BGC) e o Movimento Ecumênico de Curitiba (MOVEC), a iniciativa tem o apoio das igrejas Presbiteriana, Luterana, Assembleia de Deus, Sara Nossa Terra, Metodista, Quadrangular, Menonita e as paróquias da Igreja Católica da Arquidiocese de Curitiba.
Posicionamento
De acordo com Pereira, o movimento não tem o objetivo de ofender ou de contra-atacar outros movimentos como o LGBT e nem aqueles favoráveis à ideologia de gênero. A ideia é se posicionar diante de algo que não lhes agrada e reforçar o conceito bíblico de família. “Nós nos sentimos tristes que esses movimentos queiram induzir e impor que as famílias, e principalmente as crianças, aceitem uma concepção que não está de acordo com a bíblia”, diz. “Acreditamos que a ideologia de gênero causa confusão psicológica e sexual na criança”.
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“Não se quer ir à procura de inimigos para combatê-los. Não é ‘guerra santa’. Mas não podemos contemplar, resignados, tantas formas subliminares ou explícitas de desfiguração do que é elemento unificador de qualquer pessoa humana: a sua afetividade”, escreveu Peruzzo na carta aos padres de Curitiba. “A necessária tolerância não nos autoriza a atitudes ‘incolores’ ou ‘inodoras’”.
O movimento não deve se limitar a atos como o que aconteceu nesse fim de semana. Durante todo o próximo ano, materiais explicativos sobre o tema deverão ser divulgados nas redes sociais e reuniões com membros da área médica, científica e jurídica também estão no plano de ações.
O movimento também já demonstrou sua insatisfação em relação à proposta da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e produziu um documento assinado por advogados da Primeira Igreja Batista de Curitiba (PIB) e da Arquidiocese de Curitiba, para ser enviado a Brasília. O material foi encaminhado ao Ministério da Educação através do senador Magno Malta (PR-ES).
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