Um adolescente australiano, com a permissão de sua mãe, fez uma terapia hormonal de mudança de sexo a fim de tornar-se mulher, mas, dois anos depois, se arrependeu. Patrick Mitchell contou a sua história programa de televisão 60 Minutes Australia, veiculado no país em 10 de setembro.
“Eu tinha uma imagem de como é ser menino ou menina, mas é bem diferente quando você realmente experimenta”, disse o garoto, que começou a terapia aos 13 anos, após ter sido diagnosticado com disforia de gênero. Em janeiro de 2017, porém, Patrick começou a pôr em dúvida a sua identificação com o gênero feminino. “Eu percebi que poderia ser feliz sem mudar completamente aquilo que eu sou”, afirma o garoto.
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Segundo a sua mãe, Ellie, Patrick gostava de vestir roupas de menina desde os três anos. Aos 12, diante dos primeiros sinais da puberdade, ele lhe disse: “Eu realmente me identifico como uma menina e não me sinto como os garotos ao meu redor”. Ele desenvolveu depressão e pensava em se suicidar. Foi quando a família procurou especialistas em Adelaide, uma grande cidade da Austrália.
A lei australiana permite que esse tipo de tratamento possa ser feito apenas a partir dos 16 anos e com aprovação judicial. Porém, diante das ameaças de fuga e de suicídio de Patrick, Ellie lhe deu seus próprios medicamentos contendo estrogênio quando o garoto tinha apenas 13.
O tratamento hormonal fez com que Patrick desenvolvesse seios, que agora serão reduzidos por meio de uma cirurgia na Coreia do Sul – um dos poucos países que aceitam realizar a cirurgia em alguém dessa idade. Outras mudanças são permanentes. Os hormônios bloquearam o crescimento da estrutura óssea de Patrick, que quando decidiu começar o tratamento tinha percebido que ficaria muito alto e robusto para uma menina.
O pediatra John Whitehall, professor na Western Sydney University, disse no programa que “há muitas crianças que ficam confusas sobre a sua identidade de gênero”. “É uma fase normal”, afirmou ele, que acredita que os problemas reais de disforia de gênero são muito mais raros do que as estatísticas atuais apontam no país.
“Você acha que os problemas emocionais de um adolescente serão resolvidos dando-lhe estrogênio? Ok, isso se chama otimismo, e não método científico. Nesse sentido, tudo isso não passa de um experimento”, afirmou Whitehall.
Assista ao programa (em inglês):
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