Viajar de carro é sempre uma aventura, mas é também uma prova para o corpo que fica horas na mesma posição. Passar um, dois, três dias dentro do veículo é cansativo. Agora pense em uma família que está há 18 anos nessa empreitada. E eles ainda a fazem em grande estilo: a bordo de um carro de 1928. “Nosso plano inciial era viajar durante seis meses pela Argentina até o Alasca e logo voltar”, conta Candelaria Candelaria Chovet-Zapp. Mas o projeto acabou tomando outro rumo.
É que um conhecido de Candelaria e seu marido Herman ouviu falar dos planos para a viagem, e então lhes ofereceu um carro. Só que o casal tinha em mente fazer esse percurso todo com mochilas somente, e então recusaram a oferta. “Mas eu decidi ver o tal carro e então me apaixonei por ele”, conta Herman ao site El Heraldo. Era um Graham-Paige azul escuro, de 1928.
Mesmo sem saber qualquer coisa sobre mecânica, o casal embarcou na aventura em 25 de janeiro de 2000. Nos bolsos os Zapp levavam somente 3 mil euros e nas costas a incredulidade da família “Dentro de dois dias vocês vão nos chamar para rebocar o carro. Disseram alguns de nossos parentes”, lembra Herman.
Esse casal atravessou o Atlântico com um bebê de três meses a bordo
Ele de fato deu problema logo de início. “No primeiro dia fizemos 50 quilômetros com o Graham-Paige e ele estragou”, comenta Herman. “Por sorte três irmãos vieram ao nosso encontro ajudar. Quando perguntei o que custaria eles disseram somente que queriam fazer parte desse nojo sonho. Foram nossos primeiros anjos”, completa.
Nestas quase duas décadas o carro já rodou milhares de quilômetros. E eles não costumam passar despercebidos. Em Montauban-de-Bretagne, na França, vários curiosos se aglomeraram para ver o carro da família – que hoje não é só composta por Candelaria e Herman –, e tirar fotos. Nele há um adesivo que já avisa: “Uma família dirigindo pelo mundo”.
A família aumentou a bordo do carro
Nessas quase duas décadas de viagens, é claro que a família Zapp ganhou novos membros. Pampa, hoje com 16 anos, nasceu nos Estados Unidos, enquanto Tehue, de 13, veio ao mundo na Argentina mesmo. Já Paloma, que tem 10 anos, nasceu no Canadá e Wallaby, com 9, é australiano.
Para que todos tenham acesso à educação, eles têm aulas à distância e combinam o que veem nas matérias escolares com suas experiências de viagem. “Achamos que seria impossível viajar com crianças, mas a viagem é muito melhor quando compartilhamos com nossos filhos. Nós vemos o mundo pelos olhos deles”, diz Candelaria.
Lá atrás, Herman e Candelária tinha economizado para viajar por somente seis meses, mas a jornada tem durado 18 anos e com o acréscimo de quatro filhos. Com o dinheiro necessário eles se viram como podem. Na Amzônia, certa vez, Candelaria começou a pintar e a vender suas obras para ter o sustento necessário.
O casal também começou a escrever um livro sobre sua aventura chamado “Atrapa tu sueño” que está sendo traduzido para o inglês, o francês e o italiano. Com isso eles também puderam financiar uma outra parte da viagem que está chegando ao fim. O final terá como destino o Marrocos, as Ilhas Canárias e o Brasil.
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