A Maternidade-Escola Assis Chateuabriand, em Fortaleza, no Ceará, foi palco de uma história que parece ter enredo de filme. Uma mulher grávida que entrou em coma antes mesmo do filho nascer, recobrou os sinais vitais assim que o pequeno foi colocado em seus braços, 32 dias depois. A protagonista dessa história é a dona de casa Amanda Cristina Alves da Silva, de 28 anos.
Amanda foi levada ao hospital após uma crise intensa de convulsão, causada por uma epilepsia crônica, problema com o qual ela convive desde os sete anos de idade. Por estar com quase 37 semanas de gestação, ao dar entrada na maternidade, os médicos responsáveis optaram por mantê-la sedada e fazer uma cesárea de emergência. Dessa maneira eles poderiam garantir que mãe e filho ficassem bem. “A última lembrança que eu tenho é de que eu estava muito nervosa e minha pressão deve ter caído. Acho que desmaiei e não lembro de mais nada”, contou ela ao Diário do Nordeste.
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O bebê, Victor Hugo, assim que nasceu foi enviado à UTI-Neonatal, e Amanda foi levada para o pós-operatório na UTI obstétrica. O menino permaneceu em observação por seis dias, mas a mãe precisou de cuidados intensivos. A enfermeira Fabíola Nunes de Sá, uma das responsáveis por Amanda, disse em entrevista à revista Crescer que após uma semana de internação eles começaram a retirar o remédio que a mantinha dormindo. No entanto, ao contrário do que esperavam, ela não respondeu aos estímulos. “Só conseguimos desligar a sedação nove dias após sua entrada no hospital. Apesar de todos os exames atestarem que ela tinha boa resposta neurológica, ela não se movimentava, só mexia os olhos”, contou.
A maternidade é conhecida por seu trabalho humanizado, mas ninguém ali imaginava que viveria algo tão surpreendente quanto o que viria a seguir. A equipe médica continuou tentando fazer com que Amanda reagisse, mas com pouquíssimo sucesso. Eles então cogitaram encaminhar a mãe a uma outra unidade, por não ter previsão de quando ela acordaria. Foi então que Fabíola teve a ideia de trazer Victor Hugo para perto da mãe.
A ideia, que de início pareceu estranha, foi a resposta que a equipe tanto esperava. Depois de analisar os riscos com o infectologista, Victor Hugo foi levado até a mãe. Como ela não conseguia mexer, o bebê foi colocado em cima de seu tórax e as enfermeiras colocaram os braços dela em cima dele. No mesmo momento o batimento cardíaco de Amanda acelerou, ela chorou e gotas de leite começaram a sair dos seus seios. “Isso após 23 dias do parto! Jamais esperávamos uma resposta tão rápida assim”, contou Fabíola à Crescer.
Nos dias seguintes, a evolução no quadro clínico de Amanda mudou significativamente. Ela conseguiu se sentar, mexer braços e pernas e vinte dias depois foi para casa com o filho, sem ter qualquer sequela.
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