A preocupação da psicóloga mineira Laiza Marinho com crianças com necessidades especiais vem de casa: o seu irmão gêmeo é autista. Além disso, desde a faculdade, ela atua na área de acompanhamento terapêutico em uma escola de Curitiba, o que a aproximou ainda mais dessas situações. Quando o interesse por fotografia surgiu, Laiza não teve dúvidas: decidiu retratar o cotidiano dessas famílias especiais e deu início ao projeto Histórias que curam: para além de um diagnóstico.
O resultado são imagens sensíveis que valorizam a singularidade de cada criança. A tarefa é difícil, mas a experiência na área fez a diferença para Laiza. “Como acompanho crianças com necessidades especiais no trabalho, já sei como lidar, sei o que as incomoda e procuro não forçar nada”, explica ela ao Sempre Família.
“As crianças autistas, por exemplo, geralmente têm dificuldade com o contato, a relação, o olhar. E na fotografia, costumamos associar a qualidade de um retrato ao olhar da pessoa dirigido à lente, como se olhasse em nossos olhos”, diz Laiza. “Eu, porém, não tento fazer com que elas ‘fiquem bem’ na foto. Quero mostrar o mundo delas e fotografá-las como são”.
Preconceito
“Quero usar a fotografia para falar de alguma situação, como um meio social”, conta a fotógrafa. Por isso, para ela, a ideia de fotografar essas crianças é natural e uma forma de combater o preconceito pelo qual essas famílias ainda passam.
“O preconceito ainda existe, principalmente com as crianças autistas, que não têm um traço físico que as distinga. Quando a família sai, às vezes encontra pais que não querem deixar os filhos perto de crianças autistas, por causa do comportamento diferente”, conta Laiza.
“Muitas vezes essas famílias são julgadas como se não soubessem criar o filho. Conhecer como são as crianças autistas, o que os pais passam e como é a rotina pode ajudar a diminuir esse julgamento”, diz a fotógrafa.
Confira algumas fotos de Laiza e saiba mais sobre o projeto em seu site ou em sua página no Facebook e no Instagram.
Todas as fotos: Laiza Marinho.
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