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 Todo ano é o mesmo dilema: comprar a barra de chocolate ou um ovo de Páscoa? A dúvida sempre aparece, porque embora a barra de chocolate seja mais barata é o ovo que encanta os olhos, principalmente das crianças. Só que a diferença de preço é o que deixa o doce um pouco amargo. Em reportagem recente, o jornal carioca Extra mostrou, por exemplo, que uma barra do chocolate Diamante Negro é vendida por cerca de R$ 4,99, com 150g, enquanto o ovo do mesmo sabor, com 215g, custa R$ 32,90. No primeiro caso, cada 100g custa R$ 3,32 e, no ovo, R$ 15,30, ou seja, 4,6 vezes mais caro. Mas se ambos são feitos de chocolate, o que faz com que o ovo seja tão mais caro?

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De acordo com o professor de economia da Escola de Negócios da PUCPR, Carlos Magno Bittencourt, embora a matéria prima, seja a mesma, é no processo de produção que as coisas mudam. “É bem mais difícil fazer um ovo de chocolate, pois é necessário um maquinário especial devido à delicadeza desse item. Por ser um produto mais sensível, a embalagem também deve ser especial e diferente daquela utilizada em barras comuns”, diz o professor. Além disso, Bittencourt explica que quando as empresas inserem personagens de filmes ou marcas famosas, isso também encarece o produto, devido ao pagamento de direitos autorais.

Ubiracy Fonseca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Cacau, Chocolate, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB), acrescenta ainda que a logística, o armazenamento e o fato de o varejo ter políticas próprias de preço, são outros fatores que encarecem os ovos de chocolate no mercado.

Por fim, culturalmente a população acostumou-se a valorizar o ovo de chocolate como um presente mais valioso que uma barra de chocolate, ainda que tenham a mesma quantidade e tipo de chocolate. “Isso começou com a tradição religiosa, mas hoje transcende esse significado. Virou um presente para pessoas especiais, como marido, mulher, filhos e sobrinhos. É uma troca social. As pessoas querem presentear com o artigo típico, mesmo sabendo que poderiam dar barras de chocolate ou caixas de bombom”, explicou a antropóloga Silvia Borges, professora do mestrado em gestão da economia criativa da ESPM Rio, em entrevista ao Extra.

 

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