Ele é pós-doutor em Engenharia Mecânica, lecionou mais de 30 anos e chegou a ser, por mais de 20 anos, diretor de uma faculdade que hoje tornou-se campus da Universidade de São Paulo (USP). No entanto, não é por isso que Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino, ou Felipe Aquino, é nacionalmente conhecido. Com aproximadamente 80 livros publicados, além de programas de rádio e televisão veiculados pelas emissoras da comunidade Canção Nova, ele tornou-se referência quando o assunto é formação e a apologética católica (ou seja, a defesa argumentada do catolicismo), sobretudo entre fiéis ligados às diversas expressões da Renovação Carismática Católica (RCC).
Para Aquino, o título de “professor”, que até hoje o acompanha, ganhou outro significado com o passar dos anos. Desde que se aposentou, em 2005, ele se dedica apenas a atividades de evangelização. Aos 67 anos, ele é um dos principais apresentadores da TV Canção Nova, dirige a editora Cléofas – por meio da qual publica seus livros -, além de fazer palestras e pregações em todo o Brasil. Durante a ExpoCatólica 2017, em São Paulo, Aquino conversou com o Sempre Família sobre a sua trajetória. Confira:
Como foram os seus primeiros passos na Igreja Católica?
Minha família era muito católica. Meus pais estudaram em colégios católicos. Éramos nove irmãos e a minha mãe rezava o terço conosco todos os dias, sem falta. Cresci impregnado dos valores católicos. Eu costumo dizer que já nasci católico. À medida que fui crescendo, evidentemente, fui percebendo também a importância de desenvolver algum trabalho na igreja. Lá pelos 20 anos, quando eu estava terminando a faculdade de Matemática em Itajubá, no interior de Minas Gerais, comecei a trabalhar em encontros de jovens, pregando. Depois, eu e minha esposa – me casei com 22 anos – entramos na RCC e conhecemos o padre Jonas Abib, em 1970. Desde então trabalho com ele.
50 anos da Renovação Carismática, o movimento que conquistou milhões de católicos
E a ideia de escrever livros sobre a doutrina católica, como surgiu?
Deus me colocou em um caminho. Ele abre portas para nós sem que precisemos pedir. Nunca tinha pensado em escrever livros, em ser pregador. Eu queria ser um bom professor, um bom pai, um bom marido, como foram os meus pais. Porém, dando palestras para os jovens, comecei a perceber que faltava muito material para estudar a fé católica. Eu me dei conta de que a Igreja tinha uma riqueza muito grande, mas essa riqueza não baixava até o povo. Ficava nas bibliotecas, nos mosteiros, na cabeça dos teólogos. Então, como eu já era professor e sempre gostei muito de dar aula, comecei a fazer esse trabalho.
Como foi a publicação e a recepção de seus livros?
Passei os três primeiros livros que escrevi sem nenhum retorno financeiro para que a editora Raboni, de Campinas, os publicasse. Depois, escrevi mais livros, mas muitas vezes as editoras não queriam publicá-los. “Então, eu vou publicar”, pensei. Foi aí que dei início à editora Cléofas, e a coisa foi crescendo. A ideia não era ganhar dinheiro – eu já era professor universitário nesse momento. Eu via que o povo realmente precisava disso. Quando eu começava a receber muitas perguntas sobre um determinado assunto, eu escrevia um livro sobre aquilo. É por isso que escrevi oitenta livros.
Quando me aposentei, em 2005, abandonei completamente a atividade na universidade. Só me dedico à religião: a editora, os retiros, a Canção Nova. São muitos pedidos de palestras e pregações; chegam a cinco ou seis por semana. Não tenho dúvida de que essa troca valeu a pena. O trabalho que eu faço hoje dá bem mais frutos de conversão e de vida nova do que ensinar física e matemática.
Na época em que era professor universitário, como o senhor viveu a sua profissão de modo integrado com a sua fé e a sua atividade na Igreja?
Eu sempre conjuguei as duas coisas, o trabalho como professor e o trabalho como evangelizador. Sempre tive uma responsabilidade profissional muito grande, graças a Deus. Eu cativava os alunos pela seriedade, pela competência, pela pontualidade, por tratar sempre bem cada um deles. Dessa maneira, o aluno acreditava em mim também na parte religiosa. Aí eu mostrava para os alunos, por exemplo, na aula de mecânica espacial, que sem Deus essa harmonia que há no universo não se explica. Penso que consegui pôr Deus na cabeça do universitário por causa do trabalho profissional.
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