Historicamente, o Dia das Mães moderno surgiu nos Estados Unidos a partir da iniciativa de uma mulher chamada Anna Jarvis, que queria homenagear sua mãe, Ann Maria Reeves Jarvis, nascida em 1832.
Casada com um pastor metodista, Ann teve 12 filhos, mas só viu quatro deles chegarem à idade adulta. Na época, as condições de higiene eram muito precárias e as crianças frequentemente morriam por doenças como diarreia. Preocupada com isso, ela fundou centros (Mothers’ Day Work Clubs) em diversas cidades para tentar melhorar as condições de higiene e saúde das crianças e suas famílias e diminuir a mortalidade infantil.
Durante a Guerra Civil norte-americana (1861-1865), os centros fundados por Ann foram declarados neutros e prestavam atendimento aos soldados doentes de qualquer um dos exércitos envolvidos no confronto. No final da guerra, ela organizou o Mothers’ Friendship Day, uma data especial para tentar promover a paz e contornar as inimizades criadas pela guerra.
O caráter e o ativismo de Ann influenciaram profundamente sua filha, Anna, que ficou muito entristecida com a morte da mãe. Para tentar amenizar essa dor e também homenagear o legado de Ann, Anna e algumas amigas fizeram uma homenagem às mães na igreja que frequentavam, no dia 12 de maio de 1907.
Expansão
Nos anos seguintes, Anna passou a lutar para que o Dia das Mães fosse uma data nacional. A ideia era que na data as pessoas pensassem de forma mais intensa em suas mães. A campanha teve boa aceitação e em pouco tempo vários estados americanos já tinham aderido à comemoração. Em 1914, o presidente Woodrow Wilson oficializou o segundo domingo de maio como o Dia das Mães nos EUA, para “a expressão pública do nosso amor e referência às nossas mães”.
Anos depois de o Dia das Mães ser incluído no calendário oficial dos EUA, Anna preocupou-se com o caráter meramente comercial de que a data estava se revestindo. Para ela, limitar a comemoração aos presentes seria distorcer o verdadeiro sentido do Dia das Mães. Por isso ela passou a combater o uso comercial da data. Ela defendeu até o fim da vida, em 1945, que o Dia das Mães fosse uma ocasião para demonstrações de amor e carinho às mães e não um mero oferecimento de presentes.
No Brasil
Inspirados na comemoração americana, a Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul (ACM-RS) começou a celebrar o Dia das Mães em 1918. Em 1931, após participar do Dia das Mães da ACM de São Paulo, a feminista e ativista política Alice Tibiriçá prometeu ajudar na campanha para oficializar a data.
No mesmo ano, durante o II Congresso Internacional Feminista, realizado no Rio de Janeiro, Alice apresentou uma moção dirigida ao chefe do governo provisório (Getúlio Vargas) pedindo para ser instituído no segundo domingo do mês de maio o Dia das Mães. No documento, as feministas explicam que “reunidas por um alto ideal de confraternização feminina para trabalhar pelo progresso do país, desejam homenagear as mães – o maior fator de nosso aperfeiçoamento moral”. No ano seguinte, em 1932, Getúlio Vargas assinou o decreto que oficializou a data no Brasil.
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