Escalar uma montanha não é para qualquer um. A caminhada exige muito esforço, além de uma certa experiência e muita atenção durante o trajeto. Os amigos Trevor Hahn, de 42 anos, e Melanie Knecht, de 29, compartilham uma verdadeira paixão pela natureza e por atividades ao ar livre, o que os levou a formar uma equipe e encarar juntos, desde o ano passado, a aventura de caminhar pelas montanhas.
No entanto, Trevor e Melanie, que moram no estado do Colorado, Estados Unidos, não são uma equipe convencional. Melanie nasceu com espinha bífida e usa uma cadeira de rodas para se locomover. Por isso, desde sempre, ela buscou soluções alternativas para fazer as atividades que tinha vontade. Já Trevor perdeu a visão há cinco anos devido a um glaucoma. Apaixonado por caminhadas na natureza, continuou fazendo a atividade com a ajuda de amigos que passaram a guiá-lo com orientações de voz e uma campainha.
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Em 2018, os dois se conheceram em um curso de exercícios adaptativos e não demorou muito para se tornarem amigos devido a paixão em comum. Os planos de começarem as caminhadas juntos foram uma consequência desse encontro que têm mudado a vida de ambos. “Para nós, nos unirmos para fazer isso parecia senso comum”, disse Melanie em entrevista ao site norte-americano Outside.
Responsabilidade compartilhada
Como seria possível uma pessoa que não pode enxergar e outra que não pode andar escalarem montanhas juntas? Depois de se unirem nessa jornada, Trevor e Melanie puderam mostrar ao mundo que eles também podem fazer o que quiserem. Melanie “anda” graças a um equipamento feito sob medida semelhante a uma mochila, o que permite que Trevor a carregue nas costas. Enquanto isso, Trevor consegue “ver” o caminho através das orientações de Melanie, que descreve muito bem ao amigo os terrenos e as paisagens pelas quais os dois passam.
Segundo Trevor, o que faz essa experiência ser mais incrível é o que ele chama de responsabilidade compartilhada. “Nós dois temos a mesma responsabilidade: se um de nós cai, o outro cai. Isso muda toda a dinâmica de se sentir um fardo”, contou em entrevista ao site The Trust for Public Land. Melanie também acrescentou que o fato de estarem ajudando um ao outro diminui o peso das dificuldades.
“Ele é as pernas e eu sou os olhos!”
Os amigos passaram a compartilhar suas experiências no Instagram e no Facebook, além de concederem entrevistas a muitos meios de comunicação que se encantaram por suas histórias. “Foi ótimo compartilhar nossa história com as pessoas, espero que isso incentive outras pessoas a tentar o que estamos fazendo, ou que pelo menos sirva para que alguém pense fora de qualquer caixa em que foi colocada. Isso mostra que realmente somos mais fortes juntos”, afirma Melanie.
Para Trevor, o prazer de estar no topo de uma montanha lhe dá um senso de propósito, mas tem algo que é ainda mais compensador: “A melhor parte é poder fazê-la sorrir”, disse ele em entrevista ao programa Good Morning America. A alegria de Melanie em poder caminhar pelas montanhas também tem um nome: a sensação de liberdade. A jovem afirma que ama poder se sentir livre para fazer o que gosta, deixando sua cadeira de rodas para trás. “Ele é as pernas e eu sou os olhos. Juntos, somos o time dos sonhos”.
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