Possuir a empatia dentro de nós, ser empático, exige das pessoas uma capacidade que quase não existe mais.
Na era da tecnologia, onde nossos amigos são virtuais, costumamos deletar ou nos afastar de quem nos corrige, nos orienta ou tenta nos aprimorar… É difícil se colocar no lugar do outro e desenvolver a habilidade de sentir o que o outro sente.
Com o “clique” da tecnologia, realizamos nossos desejos de estar ou não estar com o outro. Vemos o mundo girar, as situações acontecerem e não agimos ou reagimos para realizar mudanças ao nosso redor. Mais parece um processo de robotização das nossas emoções.
A habilidade da empatia parece ter permanecido nas pessoas nascidas até a década de 1960 ou 70. Ou, como diz a nova geração, “nascidas antigamente”.
Este sentimento e habilidade envolve componentes que parecem serem minimizados com a tecnologia: são eles o afetivo, o cognitivo e os reguladores das emoções.
Compreender a emoção do outro, experimentar o que o outro sente, a capacidade de ajudar sem esperar algo em troca… Tudo isso está sendo deixado de lado, pois “com um clique” eu mudo o que estou vendo ou vivendo. É muito fácil deletar aquilo que nos incomoda e mudar de assunto.
Estivemos em Londres, nas últimas semanas, acompanhando um grupo de estudantes e vivenciei uma situação interessante num restaurante. Chegamos e, ao nos sentar, a mesa que usaríamos estava molhada. Eis que, prontamente, a pessoa da outra mesa levantou, pegou guardanapos e secou a nossa mesa, sem nunca ter nos visto. Éramos desconhecidos.
Essa proatividade, essa prontidão com o outro precisa ser trabalhada nas famílias. Precisa ser revista dentro dos regimentos das escolas. Precisa, sim, ser colocada em prática para termos um mundo melhor.
A máxima nunca deve ser esquecida: faça para o outro o que gostaria que fizessem para você.