Os pais podem ser perguntar se, caso não tenha um melhor amigo, o seu filho esteja perdendo algo com isso.| Foto: Ivan Lapyrin/Unsplash
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Ter um melhor amigo é de fato uma experiência única. Por isso, na infância, os pais podem ser perguntar se, caso não tenha um, o seu filho esteja perdendo algo com isso ou se, tendo, o círculo social fique limitado. Mas qual, afinal, a importância de uma relação como essa? Um artigo de Sarah Vanbuskirk, autora com experiência em família e relacionamentos, lança algumas luzes a respeito.

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Uma amizade assim pode se dar entre crianças com personalidades parecidas ou não e pode durar poucos meses ou vários anos; o fato é que, segundo pesquisas da área, a experiência de ter um melhor amigo “fornece uma abertura social consistente, ajuda a desenvolver habilidades sociais e oferece uma fonte de apoio reconhecida e apreciada pelas crianças”, aponta Sarah.

A importância da amizade

“Amizades são responsáveis por uma parte enorme do nosso desenvolvimento ao longo da vida”, afirma a psicóloga Renata Klabacha. Na infância, elas são uma oportunidade de ter companhia e apoio, bem como de explorar a própria identidade para além dos limites da unidade familiar. É ali que elas têm a experiência de uma relação em pé de igualdade.

Ter amigos é um fator importante para uma autoestima saudável e para desenvolver habilidades de lealdade, resolução de conflitos, regulação das emoções e solução de problemas. Nesse sentido, é importante destacar que estudos apontam que a inteligência emocional é um indicador maior de sucesso na vida adulta do que o quociente intelectual – e mostram também que ter um bom amigo na infância está ligado a bons indicadores de saúde mental na vida adulta.

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E o melhor amigo?

“Tanto amigos normais quanto melhores amigos são importantes e podem contribuir em várias necessidades da criança”, diz Sarah. “Mesmo ter um ou dois amigos – ainda que não sejam ‘melhores’ amigos – oferece benefícios significativos para o seu desenvolvimento emocional e social”.

Amigos próximos são importantes para compartilhar emoções e ter um sentimento de pertencimento, mas é igualmente importante conviver com crianças com outras idades, interesses e panos de fundo culturais. “Isso permite desenvolver habilidades de trabalho em grupo e de empatia”, afirma Renata.

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O papel dos pais

Sabendo responder a essa necessidade, os pais não precisam temer a experiência de a criança ter um melhor amigo. É necessário também estar atento ao possível momento em que essa amizade chegar ao fim. “A criança pode se sentir para baixo, triste, sozinha, traída ou rejeitada”, aponta a psicóloga. “Nesses casos, não imponha à criança seus pensamentos, sentimentos ou juízos sobre o amigo, mas ouça ela mesma falar de suas dificuldades”.

Os pais devem também, nesses casos, ajudar a criança a seguir em frente, encontrando outros amigos. É esse, afinal, o seu papel nesses casos: oferecer oportunidades de fazer amigos, e não muito além disso. Mas não há razão para que os pais tentem viabilizar uma relação de melhores amigos: o importante é que a criança tenha a experiência da amizade em si mesma, que simplesmente não pode ser forçada.

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