Trabalho e falta de rede de apoio para auxiliar nos cuidados com o bebê são os principais motivos que levam pais a procurarem, desde cedo, um ambiente com profissionais que cuidem dos seus filhos. “Há bebês que começam a frequentar a creche já com 2 ou 3 meses”, informa a pedagoga Rosa Maria Junqueira.
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Doutora em psicologia escolar, ela explica que essa realidade varia de acordo com o contexto da família, já que algumas contam com a escola desde o início da vida da criança, enquanto outras esperam o fim da licença-maternidade ou conseguem aguardar até que o pequeno complete 1, 2 ou 3 anos de idade.
No entanto, assim que a situação exige que o filho vá para o ambiente escolar, as dúvidas aparecem e costumam ser semelhantes, já que “crianças pequenas precisam de acolhimento, segurança e proteção, e a instituição escolhida precisa oferecer isso”, pontua a especialista, ao afirmar que os primeiros meses e anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento físico e emocional.
E foi pensando nisso que a advogada Talita Silva estabeleceu critérios para escolher a instituição que cuidaria da filha Antonella, de 1 ano e 11 meses. “Eu queria um bom local perto da nossa casa com profissionais qualificados e que respeitassem o tempo de adaptação dela”, conta a moradora de Curitiba, que não queria que a menina se sentisse abandonada ou que ficasse triste ao falar da escola. “Tinha que ser um ambiente acolhedor”.
Além disso, Talita procurava uma instituição que evitasse o uso de telas, já que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta a menor exposição possível até 2 anos de idade e uso máximo de uma hora diária para pequenos até 5 anos. “O tempo na creche seria para minha filha brincar, ter aula de música, ouvir histórias, ir no bosque e interagir com outras crianças”.
De acordo com a pedagoga Rosa Maria, esse contato social é realmente importante nessa faixa etária, pois é por volta dos 2 e 3 anos que os pequenos começam a brincar com os outros, a dividir brinquedos e até a separar papeis nas brincadeiras.
No entanto, a pedagoga alerta que cada fase tem suas peculiaridades e essas diferenças precisam ser avaliadas na procura pela escolinha ideal, assim como outros pontos importantes. E, para ajudar nisso, o Sempre Família preparou uma lista com cinco dicas que vão facilitar a busca por uma creche para bebês de 0 a 3 anos. Veja:
- Eleja as prioridades da sua família
Primeiramente, anote o que você espera da instituição. Qual é a distância máxima possível entre a residência e a escolinha? O que é importante para você em relação à infraestrutura e metodologia utilizada? Quer algum curso ou atividade específica para seu filho, como ensino bilíngue, por exemplo? O local precisa oferecer opção de período integral? E qual é o preço que se encaixa no orçamento familiar?
Além disso, pense nos valores que serão transmitidos ao seu filho e em quais você quer maior ênfase durante a educação dele nesses anos tão importantes da primeira infância. Isso o ajudará a decidir se prefere uma instituição com bases religiosas, por exemplo. - Avalie a idade e as necessidades do bebê
Recém-nascidos com poucos meses de vida estão em uma fase de desenvolvimento completamente diferente dos colegas de 2 anos. Por isso, analise a idade da criança e veja se a escolinha oferece o que ela precisa.
No caso de um bebê entre 3 e 6 meses, Rosa Maria explica que o ambiente deve ser calmo, acolhedor e transmitir segurança. Além disso “é bom a mesma pessoa receber seu filho na creche, trocá-lo, amamenta-lo e conversar com ele”, orienta, ao ressaltar a importância de a cuidadora ser amorosa, tentando compreender o que o pequeno bebê está sentido e descrevendo essas situações em palavras para ele.
Já os bebês que sentam, engatinham ou andam continuam precisando de bastante afeto, mas também devem descobrir o mundo em um ambiente seguro e com cuidadores atentos, que estejam aptos para lidar com os desafios dessa fase.
Enquanto isso, aqueles com 2 e 3 anos aproveitarão atividades realizadas em grupo, brincadeiras e a companhia dos colegas para aprenderem a se relacionar com outras crianças de maneira divertida. - Busque profissionais capacitados e afetuosos
Como crianças menores de 2 anos ainda não sabem dividir brinquedos, e os maiores estão aprendendo isso, é comum que os cuidadores precisem resolver brigas e disputas. Então, é importante saber como a equipe da escolinha direciona essas e outras situações do dia a dia, de acordo com cada etapa do desenvolvimento infantil.
Para isso, os profissionais devem ser formados em Pedagogia – tendo apoio de auxiliares – e o ideal é que participem de cursos de aperfeiçoamento para mantê-los sempre atualizados. Isso ajudará na hora de redirecionar situações em que a criança comece a falar “não” para tudo ou a bater nos colegas, e também será fundamental para organizar adequadamente as brincadeiras, momentos de leitura, atividades com música e horários de descanso. - Verifique a linha pedagógica utilizada
Outro ponto importante a ser avaliado é o projeto pedagógico seguido pela instituição, já que algumas focam em brincadeiras tradicionais que incentivam a criança a descobrir o mundo, outras oferecerem opções alternativas para isso como contato com a lama e com materiais diferentes, e há ainda aquelas que iniciam a alfabetização entre bebês. Então, é importante visitar a escola para fazer perguntas à equipe a respeito do trabalho desenvolvido ali e selecionar aquela que se adequa melhor às suas preferências. - Conheça a infraestrutura
Por fim, durante essa visita também é necessário conhecer as dependências da escolinha para garantir que as instalações são adequadas para atender a faixa etária da criança. No caso de bebês de colo, por exemplo, o local precisará ser calmo, limpo e com cuidadores muito afetuosos, enquanto os maiorzinhos aproveitarão se houver espaço para atividades externas e também para ações em dias de chuva, além de salas com livros e revistas ao seu alcance.
Vale prestar bastante atenção também à segurança oferecida no local e à quantidade de crianças atendidas por adulto, algo essencial para evitar acidentes e deixar os pais mais confiantes sobre a decisão tomada.