Eventuais desacordos entre pai e mãe no que diz respeito a decisões envolvendo os filhos são comuns em qualquer família. Geralmente, isso acontece quando um deles atua com firmeza e o outro se deixa levar pelas vontades dos filhos. O problema é que quando esse tipo de contraste de critérios é frequente, pode gerar muita confusão nos filhos.
Se um dos cônjuges nega, mas o outro afirma, se um empurra e o outro retém, se um castiga e o outro premia, então os filhos perdem o rumo, não sabem a quem obedecer e no fim acabarão desprezando a autoridade de ambos. É preciso entrar em acordo a fim de oferecer aos filhos um ambiente de estabilidade e confiança.
Um caminho, duas direções
As permissões, as saídas, o gerenciamento do tempo livre, os horários, as refeições e o desempenho escolar são alguns dos temas que costumam gerar desacordos entre os cônjuges. Lamentavelmente, nesse tipo de enfrentamento, tanto o pai quanto a mãe saem perdendo. Eles debilitam a sua autoridade e credibilidade diante dos filhos, que percebem rapidamente essas inconsistências e acabam fazendo o que eles mesmos preferem. Acabam aproveitando-se do genitor que parece mais permissivo. Por outro lado, a relação entre os esposos também sai afetada pelos constantes atritos, que geram distanciamento e problemas.
É normal que nem sempre os dois estejam de acordo, pois pai e mãe possuem características psicológicas e experiências educativas particulares que dão lugar a critérios, métodos e opiniões particulares a respeito da criação dos filhos. Mesmo assim, essa forma individual de ver a autoridade não deve levar à contínua discordância com o cônjuge.
Para evitar essa situação, os especialistas recomendam estabelecer juntos alguns parâmetros dentro dos quais se deve praticar a autoridade na família. Assim, o pai e a mãe deverão formar uma unidade, emitir uma mesma mensagem e apoiar-se um no outro em vez de se contradizer. “Os pais devem aprender a encontrar um equilíbrio, de forma que suas diferenças pessoais não interfiram negativamente em uma responsabilidade tão vital como a educação dos filhos”, explica a pedagoga María de los Ángeles Pérez ao site La Familia.
Conselhos para os pais
Os filhos são os mais afetados quando não há consenso entre o pai e a mãe. É por isso que a melhor forma de exercer uma autoridade coerente é fortalecer a união entre os esposos. Confira algumas sugestões:
- Transmita sempre uma imagem respeitosa do seu cônjuge.
- Não autorize o que o outro proibiu.
- Não discuta na frente dos filhos. Se há algo para conversar, façam isso a sós.
- Não demonstrem desacordo sobre o modo de lidar com as crianças na frente delas.
- Não faça do filho um confidente das penas causadas pelo seu cônjuge, ao menos até que ele alcance a idade e a maturidade necessária.
- Foque em transmitir aos filhos mais as qualidades que as fraquezas de seu cônjuge.
- Não atribua má fama ao seu cônjuge entre os seus filhos. Eles interiorizarão essa atitude e você terminará perdendo a autoridade que tem diante deles. Evite comentários como: “Sua mãe está uma fera” ou “seu pai é um reclamão”.
- Procurem deixar claro que ambos exercem a autoridade. Os filhos necessitam que tanto o pai quanto a mãe exerçam a autoridade na família. Isso lhes dá segurança. É errado quando um dos cônjuges manda e o outro é deixado de lado.
- Faça, junto de seu esposo ou esposa, uma lista de valores que considerem fundamentais para a educação dos filhos. Essa lista não será negociável por nenhum dos dois, pois deverá ser o ponto de referência para a tomada de decisões. Com essa lista, vocês evitarão se contradizer e diante dos filhos estarão sempre de acordo.
- Se vocês, por alguma razão, estão separados, ainda assim é importante que, para o bem dos filhos, tenham pontos em comum para não caírem em contradição.
Ainda que cada um tenha uma forma de ver as coisas, é preciso chegar a acordos, tomar decisões conjuntas e nunca perder de vista os ideais e os valores com que se quer formar os filhos. Pelo bem deles, os pais devem estar unidos e em harmonia.
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