Somando-se aos diversos alertas que têm sido feitos nos últimos meses, sobre o jogo Momo, uma mãe de Rondônia gravou, no fim de agosto, um depoimento no Facebook, em que conta ter quase perdido o filho. Segundo Halla Cristina, seu filho Aquiles, de oito anos, esteve perto de cometer um suicídio ao ser incentivado pelo jogo.
Halla é Gerente Estadual de Política da Mulher no Governo de Rondônia, e disse que estava em um cômodo da casa se preparando para uma caminhada quando ouviu da sala uma conversa estranha no vídeo que Aquiles assistia. “Meu filho estava na sala assistindo a um vídeo que o ensinava como se matar. Meu filho tem 8 anos!”, conta a mãe assustada. Aquiles é autista e costuma ver muitos vídeos no Youtube, local onde teve contato com a Momo.
O desafio da Momo começou a ser conhecido em meados deste ano e exige que seus participantes enviem mensagens via WhatsApp ou conversem com a Momo por meio de jogos como Minecraft, que é interativo. No caso de Aquiles, Halla conta no vídeo que o menino era “abordado” pela Momo enquanto assistia a desenhos no Youtube. “Esse vídeo invade as redes e ele pode estar assistindo um desenho e aí na hora aparece a Momo. Ela ensina as crianças a se matarem, a fazerem agressões aos pais e a desrespeita-los”.
Uso de tecnologia por crianças: benefício ou perda da infância?
No dia em que viu a situação alterada em que o filho se encontrava por conta do vídeo, Halla foi imediatamente ver o histórico de acessos de Aquiles no Youtube e encontrou vários vídeos da Momo na televisão, no seu celular e no aparelho de sua mãe. Todos haviam sido acessados por Aquiles. “Eu sempre trabalho muito e não acompanhei os vídeos que ele estava assistindo. Então peço que vocês, pais, acompanhem seus filhos. Eu não acompanhei e quase perdi ele hoje”, desabafou. “Como ele é uma criança autista e tem uma ‘ideia’ muito além de outras crianças, ele começa a fazer coisas químicas, mexe com fogo e faca. Em cinco minutos que eu estava na sala ouvi o vídeo ensinando ele a se matar”, disse ela.
A mãe ainda reforça que a prioridade na vida de pais e mães deve ser os seus filhos. Ela diz que é preciso que todos estejam atentos ao que é visto por crianças na internet, porque eles exercem grande influência na vida deles. “Vejo mães reclamando que o índice de aprendizado diminui e diz não saber o porquê”, conta Halla. “Mas é que a gente deixa o celular na mão deles achando que o celular vai minimizar a inquietação e não, é um erro. Estou aqui para dizer que errei”, lamenta.
Halla termina o vídeo agradecendo a Deus pelo fato de ter chegado em tempo para salvar o filho, reforçando o alerta a pais e mães, para que estejam atentos ao que é acessado por seus filhos no Youtube e internet como um todo. “Estou defendendo várias mulheres por causa de agressão física, mas nunca pensei em ter uma situação assim com meu filho de apenas oito anos por causa de um joguinho”, finaliza. Confira o vídeo:
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