Algumas atitudes do seu filho podem parecer egoístas, mas até 3 anos de idade, ele ainda não tem certa noção de interação social.| Foto: Unsplash
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Uma das muitas preocupações dos pais é a de que seu filho se torne um pequeno avarento que não sabe dividir as coisas e nem considerar as necessidades dos outros. Algumas atitudes de crianças pequenas podem dar a entender que elas são apegadas e egoístas, mas essa é uma percepção absolutamente equivocada e distante da realidade.

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Mas isso acontece, porque crianças menores de 3 anos ainda não têm essa noção de interação social. Para elas, é muito difícil emprestar ou dividir suas coisas porque, simplesmente, é como se aquilo fosse parte delas, de sua própria identidade. É que nessa idade, a criança ainda está descobrindo os limites de seu próprio corpo.

Veja. Para alguém ser considerado uma pessoa egoísta, por exemplo, é preciso que ela tenha conhecimento das necessidades dos outros e, mesmo assim, ignore. Portanto, se seu filho ainda está nessa idade, não se preocupe caso ele ainda não tenha essa percepção e, logo, a resistência em compartilhar um brinquedo ou qualquer outra coisa. Essa é só uma atitude involuntária.

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Não force a criança a deixar ou dividir as coisas, mas incentive

Como você viu, é normal que seu filho, por enquanto, esteja centrado em si mesmo. Mas isso não significa que você não possa ajudá-lo a caminhar rumo ao próximo passo: o de começar a perceber que os outros também existem e têm necessidades.

Comece, aos poucos, a mostrar para ele que fazer coisas em grupo pode ser muito legal. Por exemplo, quando estiverem em casa, sugira algo como: “Vamos jogar nós três com a bola? Fica muito mais divertido”. Lembre-se também de que a criança tende a se tornar um reflexo do ambiente em que vive, pois repete as ações que vê ao redor. Por isso, uma das formas mais eficazes de estimular a generosidade e o prazer de compartilhar é por meio do exemplo dos pais e dos familiares mais próximos.

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Ver os pais se ajudando mutuamente nas tarefas diárias também é muito importante para que a criança crie essa compreensão. Peça sua ajuda em tarefas simples sempre que possível – de acordo com a idade da criança, é claro. Observar os pais sendo generosos um com o outro e também com ela mesma, faz com que a criança assimile de forma mais fácil e natural essa virtude.

Todavia, nunca force seu filho a deixar seus brinquedos se ele não quiser. Você não deve emprestar seus pertences sem a permissão dele ou ridicularizar seu comportamento. Com essas atitudes você transmite a sensação de que não o compreende, isso aumenta sua insegurança e, por medo de perdê-las, seu filho se apegaria ainda mais às coisas dele.

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Sem medo de a criança quebrar algo

Às vezes, sem perceber, os próprios pais dão uma importância excessiva aos pertences do filho e pedem um cuidado grande com alguns itens quando outras crianças aparecem em casa. É muito importante que você relaxe nesse ponto e minimize a possibilidade de que, em algum momento, algo pode quebrar ou estragar.

Apesar disso – e embora pareça uma contradição –, os especialistas recomendam que, se seu filho possui algum brinquedo ou outro pertence que gosta muito, deixe-os “seguros” quando outras crianças chegarem em casa para brincar. Explique a o seu filho que você guarda essas coisas para que elas não estraguem.

Desta forma, ele vai entender que existem pertences que são compartilhados e emprestados e outros, muito especiais, que não são. Curiosamente, incutir na criança a ideia de “propriedade privada” não só não o torna egoísta, mas lhe dá a segurança que lhe permitirá, mais tarde, comportar-se de maneira desinteressada e generosa com os outros.