O Dia das Crianças pode ser uma ótima oportunidade para ensinar algumas lições aos filhos ou promover momentos especiais em família.| Foto: Bigstock
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O Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, é uma das datas mais importantes para o comércio. Tradicionalmente, presentear os pequenos com brinquedos é como a maioria das famílias comemora esse dia. Só que essa também pode ser uma ótima oportunidade para ensinar algumas lições aos filhos ou promover momentos especiais em família.

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Os pedidos de brinquedos dos mais variados tipos e marcas são comuns. Ceder a esses desejos é natural, mas Adriana Drulla, mestre em Psicologia Positiva pela Universidade da Pensilvânia, levanta uma questão importante: até que ponto os pais fazem isso sem questionarem a real necessidade. “Muitas vezes eles começam a pedir brinquedo porque todo mundo tem, porque é da moda”, analisa.

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Esse comportamento é natural do ser humano, esclarece Adriana, especialmente para os adultos e reforçado ainda mais pelas redes sociais. “No fundo nós queremos ser aceitos pelo grupo”, diz. O problema, de acordo com ela, é que de certa forma realizar esse desejo dos filhos pode validar o pensamento de que eles precisam daquele objeto para ter valor. E a criança passa a acreditar nisso.

Ensinar a ter um senso crítico e refletir sobre a real função e utilidade de uma compra como um brinquedo, por exemplo, é uma forma de consumir de maneira consciente e desenvolver habilidades essenciais para a vida a adulta. “É importante saber a diferença entre o que é necessidade e o que é desejo”, destaca Adriana. Até porque, muitos dos objetos comprados em pouco tempo ficam esquecidos em algum canto da casa.

“Não é só o investimento financeiro, mas gera lixo também. A gente pode e deve questionar tudo que traz para dentro de casa e até para as nossas vidas”, orienta a mestre em Psicologia Positiva, que também faz questão de reforçar que consumir nem sempre é algo negativo. “O consumo não é necessariamente ruim. Um brinquedo pode ajudar a criar conexões com a família”, ensina.

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Memórias afetivas

E é justamente pensando em criar laços entre si e proporcionar outra forma de enxergar a realidade, com mais empatia, que a advogada Juliana Frezzato Bittencourt de Araújo, envolve os filhos, de 11 e 14 anos, em trabalhos voluntários. Inclusive no Dia das Crianças. Neste ano, por exemplo, a família ajudou a arrecadar brinquedos, pijamas novos e doces que serão distribuídos a 64 crianças. “Mudar o mundo é responsabilidade de todos. E deixar esse legado para as próximas gerações é fundamental”, afirma.

A advogada admite que nem sempre deixa de comprar presentes para eles para celebrar a data, mas faz questão de priorizar os momentos juntos, como em um almoço ou jantar especial. É o mesmo pensamento da fisioterapeuta Tatiane Papp. “A gente faz um café da manhã temático, na cama. Queremos que o dia seja especial e diferente. E eles adoram”, conta.

Fugindo ou não dos presentes, Adriana indica que sejam priorizados os elementos de conexão, que proporcionem e incentivem os relacionamentos. Algo em que a família toda possa brincar ou interagir ou que os irmãos e amigos também participem. E, quanto aos pedidos, ela é firme: limitar a escolha. “Deixando que escolha um brinquedo só a gente conversa sobre as razões daquele desejo e ajuda a elencar o que de fato agrega na vida”, conclui.