Elaine Maldonado é professora de espanhol e recentemente colocou em prática uma iniciativa bastante compartilhada em páginas do Facebook: escreveu frases motivacionais nos lápis de cor da filha Luisa, de 11 anos, que está no sétimo ano do Ensino Fundamental. O intuito foi mostrar à filha o quanto ela é importante para a família, além de contribuir com o desempenho escolar da adolescente. “Na noite passada, enquanto ela estudava para as provas, comecei a colar frases nos lápis para ela ver durante as aulas e lembrar de que estamos sempre aqui”.
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Luisa já costuma ter boas notas mas, com esse gesto simples, Elaine pretende prevenir possíveis quedas no desempenho escolar da filha. “Essa é apenas uma forma de incentivar o filho em casa e de passar o tempo junto. Eles precisam desse apoio para estudar e fazer as tarefas diárias”, comenta a mãe que diariamente também acompanha o desenvolvimento de seus alunos. “Meia hora que o pai se sente com um filho para perguntar sobre o dia e o assunto que está sendo estudado já é um bom caminho”, reforça.
Mas, o que fazer quando as notas baixas chegam?
O exemplo de Elaine mostra o quanto a prevenção é importante, mas, e quando acontece de as notas baixas aparecerem no boletim. O que fazer? De acordo com a pedagoga Flávia Cabral, a nota nada mais é que uma medida temporária das aprendizagens da criança naquele momento, por isso os pais têm que primeiro baixar a ansiedade e as frustrações, e procurar entender os motivos dessa avaliação baixa.
Ao ser encontrado o problema, além da adaptação da rotina familiar será necessário ficar mais próximo das crianças no momento das tarefas da casa. “Muitas vezes a criança não têm um bom desenvolvimento em suas aprendizagens pela falta de rotinas pré-estabelecidas no ambiente familiar, que pode culminar até mesmo na preguiça”, alerta. “Os pais devem sentar com os filhos e organizar junto com eles sua rotina para o dia todo, desde a hora de acordar até a noite”, sugere.
Mas as ‘notas vermelhas’ também podem chegar devido a outros fatores como o bullying e, nesse caso, Flávia explica que o aluno que não está indo bem na escola precisa, além do reforço escolar, de um acompanhamento e apoio psicológico ou médico, por exemplo. “Muitas crianças perdem um tempo precioso em suas aprendizagens, pois as famílias demoram a identificar, aceitar e fazer esses encaminhamentos”.
Para a pedagoga, escola e família precisam andar juntas na missão de ensinar. De acordo com ela, o acompanhamento familiar é primordial, e na sequência, a escola precisa de tornar aliada nesse processo de ensino e aprendizagem. “Quando os pais vão até a escola e fazem trocas de experiências com as professoras, elas se tornam parceiras e juntas falam a mesma linguagem com a criança”, diz a especialista. “Isso mais uma vez dá à criança a sensação de estar bem assistida no cumprimento de suas responsabilidades como aluno”.
Outra recomendação é que os pais incentivem seus filhos às atividades extracurriculares, mostrando que diferentes vivências em espaços variados também contribuem para as aprendizagens. “Esportes, cursos, visitas à biblioteca, sebos e espaços culturais também ajudam bastante no desenvolvimento global da criança que vai compreendendo que as aprendizagens acontecem em diferentes espaços e não apenas dentro da escola”.
Empatia também é necessária
Flávia também alerta os pais quanto às cobranças severas aos filhos, porque isso pode desencadear outros problemas. Da mesma maneira que um adulto que vive sobre forte pressão para mostrar resultados no trabalho, tem problemas, assim também acontece com os filhos. “Sempre digo aos pais dos que precisamos direcionar as crianças a cumprir as suas responsabilidades e ao mesmo tempo não exigir a perfeição em tudo, pois todos têm momentos de aprender após os erros”, comenta.
É importante então que os pais cobrem seus filhos quanto às aprendizagens, mas que os acompanhem em todo o processo educacional e principalmente com presença afetiva da família, de acordo com a especialista. “É normal do ser humano ter dificuldades. E quando a cobrança em casa é muito severa isso interfere na autoestima da criança, que pode se sentir desenvolver complexo de inferioridade”, ressalta.
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