Um novo estudo confirma o que muitos pais já observavam por sua própria experiência com problema: a depressão de um pai ou de uma mãe tem um impacto direto e negativo nos filhos. O estudo, publicado revista científica JAMA Psychiatry, debruçou-se especificamente sobre os efeitos da depressão parental no desempenho escolar dos filhos.
O estudo acompanhou 1,1 milhão de crianças e adolescentes suecos, examinando os efeitos da depressão parental em diferentes períodos de tempo, desde antes do nascimento da criança até os 16 anos. Os autores constataram que o desempenho escolar de crianças com pais clinicamente depressivos é pior do que o das que têm pais saudáveis. Embora todos sejam afetados pelo diagnóstico de um dos pais, a depressão da mãe tem um efeito negativo mais amplo do que a do pai e a associação com um desempenho ruim é mais forte entre as meninas.
Os pesquisadores afirmam que “o diagnóstico de depressão parental pode ter um vasto efeito em um importante aspecto do desenvolvimento da criança, com implicações no desempenho futuro”. Como um desempenho escolar fraco tende a afetar seriamente o potencial de ganhos futuros, a associação ente a depressão parental e a educação dos filhos deveria ser levada muito a sério. Os autores recomendam que seja oferecida ajuda aos filhos de pais que sofrem com o problema.
Alemka Berliner, uma conselheira que trabalha com crianças em idade escolar, concorda que o tratamento dos pais ajuda também os filhos. Ela conta em entrevista à revista Time que “crianças com pais indisponíveis são mais propensas a um baixo desempenho, não apenas na escola”. No entanto, completa a educadora, “quando a razão para a falta de interesse é a depressão, e o pai passa com êxito por um tratamento, tenho visto uma melhora significativa na família, que acarreta em uma reversão dos resultados, e as crianças começam a melhorar academicamente”. Em outras palavras: procure ajuda se você precisa; se não for por você, pelo bem dos seus filhos.
Colaborou: Felipe Koller
Com informações de Time.