Crianças têm muito a ganhar quando recebem uma atribuição doméstica.| Foto: Bigstock
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Que os filhos podem e devem ajudar nas tarefas domésticas, todo mundo sabe. Aqui no Sempre Família já tratamos disso e dá pra conferir aqui como incentivar que eles participem da organização da casa. Quanto antes começar, melhor. Não espere que seu filho adolescente tome a iniciativa de te ajudar se nunca na vida ele precisou fazer isso. Se em casa tem mais de uma criança, dividir igualmente as responsabilidades entre elas também é importante para manter a harmonia do lar.

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Na casa da família Atherino Kuhn, todo mundo tem um papel. Nicole, mãe de três crianças, profissional liberal e com uma empregada doméstica – que todos os dias ajuda e muito a família –, não abre mão de fazer os filhos realizarem pequenas tarefas. João, o mais novo, de 1 ano e 9 meses, já sabe que a mamadeira vai pra pia depois que ele termina. Os brinquedos também vão pra caixa quando ninguém mais vai usar. Até a fralda suja ele já joga no lixo sozinho. Os dois filhos mais velhos, de 5 e 7 anos, também já arrumam as camas e tiram os pratos da mesa.

“Aqui tem escala. Segundas, quartas e sextas a Lara tira a mesa. Terças, quintas e sábados o Pedro é o responsável”, diz Nicole. “Mesmo com a Sandra, que vem todos os dias e limpa a casa, faz comida e ajuda a cuidar das crianças, eu quero que eles deem valor e saibam fazer esse tipo de coisa”, completa ela. A dinâmica funciona bem e é essencial que a divisão de responsabilidades seja igual.

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Divida com todos

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Cintia Mara Macanhão, psicóloga clínica, ensina a fazer até uma tabela para que todo mundo em casa saiba qual é seu papel, sua responsabilidade e seu dia de executar determinada tarefa. Ela afirma, ainda, que é importante conversar em família para definir o que cada um vai fazer. É uma forma de organizar a casa e as emoções.

A disputa de atenção entre irmãos é muito comum, especialmente na infância. E na casa da Nicole não é diferente. Até para as pequenas tarefas o tempo todo eles questionam e se provocam. “Se eu peço para o Pedro buscar algo para mim, por exemplo, e ele já fez algo do tipo no dia, a primeira coisa que ele diz é que a vez é da irmã, então preciso sempre dividir igual, lembrar o que cada um fez”, revela Nicole.

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A psicóloga destaca que é fundamental que os filhos façam parte dessa rotina da casa para desenvolver um sentimento de pertencimento e gratidão. “As coisas têm um preço e o sentimento de estar cuidando de algo faz muita diferença. Se não precisar cuidar de nada, vai acreditar que na vida as pessoas têm obrigação de fazer as coisas por ele”, ressalta Cintia.

As relações sociais dos filhos também são influenciadas por esse processo, de acordo com Cintia. “Servir, colaborar, fazer parte de algo e cuidar é aprendizado. Se com 18 anos, a pessoa nunca tirou um prato da mesa, vai pensar que a vida é assim, mas o mundo não dá nada de graça”, alerta a psicóloga.

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