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A maneira como um pai se relaciona com sua filha tem muito efeito sobre quem ela será no futuro. Não existe uma regra para essa convivência, mas o pai precisa lembrar sempre que os exemplos que ele dá a ela influenciarão na autoestima e na maneira como ela irá se relacionar com outros homens, principalmente no amor. “Os pais são o primeiro referencial de amor que os filhos têm e eles buscam nos futuros parceiros semelhanças com aquilo que já conhecem”, aponta Adriana Potexki, psicóloga e terapeuta.

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Por isso, tem grande valor no relacionamento entre pais e filhos, de modo geral, a escuta genuína e empática. Entre um pai e uma filha, por exemplo, é importante evitar os extremismos do tipo “nenhum homem presta” e “você vai encontrar seu príncipe encantado”. Isso pode gerar uma visão distorcida sobre o funcionamento de relacionamentos amorosos, segundo a psicóloga Vitória Baldissera de Souza. Segundo ela, afirmações que auxiliem no autoconhecimento, autoestima, resolução de problemas, assertividade e autonomia são muito importantes para que a menina descubra o que quer de uma relação amorosa. “Ela aprende o que é saudável ou não e se as suas expectativas condizem com a realidade”.

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Vitória lembra ainda que, principalmente na infância, as crianças aprendem muito pelo exemplo que veem. Então, o trato do pai com a mãe refletirá na maneira como a filha entenderá o funcionamento de um relacionamento amoroso. Em proporção menor, também contam a interação desse pai com suas irmãs, mãe, tias e amigas. “Tratar as mulheres próximas com respeito e equidade fará com que ela procure homens que a tratem do mesmo jeito”, diz.

 

O seu e o meu universo

 Os homens precisam perder o medo de entrar e tentar conhecer o mundo das meninas. O mesmo vale para as filhas em relação aos seus pais. Adriana aconselha aos pais se permitirem estar no universo de suas filhas, porque assim estabelecem uma relação de liberdade e segurança, fundamental para que elas o procurem em um momento de resolução de problemas pessoais. “Hoje já vemos muito facilmente os pais participando das brincadeiras das filhas e elas os acompanhando em estádios de futebol. E isso é ótimo”, avalia.

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E isso vale não só para a infância, mas, principalmente na adolescência. Algo muito comum nesse período é o afastamento do pai quando ele percebe que a filha está “virando mulher”. “E esse afastamento piora quando a situação envolve algum menino ou questões fisiológicas particularmente femininas”, lamenta Vitória. O recomendável nesse caso é o pai se perguntar se ele faria a mesma coisa, caso fosse um filho homem. “Se a resposta for não, então provavelmente ele deve participar”, alerta.

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Há conserto para um mau relacionamento

Pode ser que a relação pai e filha já esteja desgastada por algum motivo. Nesse caso, cabe ao pai perguntar-se: “Por que nossa relação está assim?” e “qual é a minha contribuição para a situação atual do relacionamento?”. Se o pai não for capaz de responde-las, ele deve conversar com a filha. “Pedir perdão por algo que tenha feito errado com a filha e perdoá-la se ela errou podem ajudar a melhorar a relação”, incentiva Vitória.

Ela sugere ainda que o pai passe a demonstrar genuinamente o interesse pela vida dela em todos os aspectos, mostrar que deseja ajudá-la no que for preciso e procurar fazer programas juntos, para que a relação se torne mais prazerosa para ambos. Com cautela e determinação mútua, há sim conserto para um relacionamento entre pai e filha que anda comprometido.

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