Ensinar determinadas habilidades aos filhos é útil não só durante o tempo em que eles vivem com os pais, mas para a vida adulta.| Foto: CDC/Unsplash
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Já faz tempo que as famílias estão passando mais tempo em casa e, aos poucos, a rotina vai retomando os rumos a que todos estavam mais acostumados. Apesar de todas as dificuldades vividas ao ter todo mundo no mesmo ambiente seja para trabalhar, estudar, se divertir, comer ou dormir, esse período pode ser bem aproveitado e algumas lições valiosas podem ser ensinadas às crianças.

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Para Adriana Drulla, mestre em psicologia positiva e especialista em parentalidade consciente, o tempo de qualidade com os filhos deve ser o grande investimento das famílias. Já que o isolamento e a maior convivência foram inevitáveis desde o início da pandemia, aproveitar essa oportunidade para construir relações sólidas é importante.

Quanto às lições que listaremos abaixo, mesmo depois que a pandemia estiver controlada e vida voltar a caminhar tranquilamente, elas ainda precisam e devem continuar na lista dos pais, para o que ensinar aos filhos durante a vida.

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Responsabilidade: tarefas domésticas

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A especialista sugere que cada membro da família saiba qual papel exerce dentro de casa e que isso é fundamental para a autoestima da criança. É o que ajudará o adolescente do futuro a ser mais resiliente. “Tem pesquisa que mostra que adolescente que precisa ajudar se desenvolve melhor porque se torna mais confiante sobre ele mesmo e sobre a própria capacidade”, afirma Adriana.

Se sentir útil, portanto, é sinônimo de crescimento. E as tarefas domésticas servem de exemplo para isso. “Ensinar a criança a fazer alguma coisa útil é importante não só pra aliviar o peso de deixar tudo nas costas dos pais, mas para crescer emocionalmente saudável”, explica Adriana.

Planejamento: educação financeira

E por que não, começar também a dar noções de economia doméstica às crianças? A professora de matemática do Colégio Stella Maris, em Curitiba, Rafaella Borsatti, acredita que os pais devem incluir os filhos na vida financeira da família. Ela diz que quando essas lições são aprendidas em sala de aula, são as crianças as responsáveis por estimular os pais a reverem conceitos. Só que se isso já vem da educação doméstica, tudo fica mais fácil.

“O principal disso é planejamento. Aprender a gastar menos do que tem, planejar gastos, fazer uma poupança”, ensina Rafaella. A professora é defensora da mesada. E ainda diz que levar os filhos ao mercado, por exemplo, com lista de compras e discutir com eles, inclusive, o que está faltando em casa também é necessário.

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Autoconhecimento: lidar com o tédio

Outro ponto bem importante é refletir sobre o tempo em que todos passam diante de equipamentos eletrônicos. Adriana enfatiza que, mesmo para os adultos, é automático utilizar tablets e celulares como uma muleta para se distrair e, com as crianças, o comportamento se repete. A questão não é que a tecnologia é um problema, mas que, sim, pode ser um vício. “A gente produz dopamina jogando um jogo, por exemplo, ou quando ganha um like. É um vício mesmo”, alerta.

A orientadora de pais ainda reflete sobre uma culpa muito comum relacionada à criatividade. “Não é muito nosso papel de salvar a criança do tédio. A criança precisa construir um repertório de procurar algo para fazer. Isso faz parte do desenvolvimento. Tédio é normal”, conclui.