5 razões pelas quais Os Incríveis 2 detona a ideologia de gênero
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Se você também é do tipo que teme quando anunciam a sequência de um filme do qual gostou muito, eu estou aqui para tranquilizá-lo sobre Os Incríveis 2. Com o perdão do irresistível trocadilho, o filme é mesmo incrível! Mantém tudo o que fez o primeiro ser divertidíssimo para as crianças e amado pelos pais, além de entrar em novos dilemas que continuam a fazer com que nós, pais trabalhadores, nos identifiquemos completamente com a família Pêra.

O realismo das situações vividas pela família, aliás, é o ponto que merece mais elogios na obra do diretor Brad Bird – o mesmo que fez o original, de 2004. Ele não cede aos clichês ideológicos que eram tão temidos e definitivamente não transforma o filme numa peça de propaganda da visão moralmente liberal de família que reina em Hollywood. Tirando os super-poderes, a família Pêra é uma típica família ocidental de classe média com três filhos. Não se têm a menor dúvida de que Beto, o marido, é um homem com todas as capacidades e limitações inatas que caracterizam o sexo masculino. O mesmo se pode dizer da feminilidade de Helena e da forma como as crianças – Violeta, Flecha e Zezé – reagem aos problemas que surgem de acordo com seu sexo e idade. Igualzinho ao mundo real.

Incredibles-2-Voice-Cast-700x300Dar destaque a esse aspecto pode parecer exagero a quem está distante dos debates envolvendo o tema família na luta cultural que nossa sociedade enfrenta, mas o alívio fica mais compreensível quando se sabe tudo o que a Disney – dona da Pixar -, tem feito na promoção da homossexualidade, ao menos corporativamente. É muito bom ver que alguns diretores conseguem manter sua autonomia, respeitando a visão moral da gigantesca maioria das famílias que se tornaram fãs de Os Incríveis desde o primeiro filme – e que formam a gigantesca maioria dos consumidores que compram os brinquedos, jogos e materiais escolares estampados com esses personagens.

Agora que eu já o tranquilizei, vamos à lista anunciada pelo título e que está incrivelmente cheia de SPOILERS. Daqui pra frente, só continue a ler se não ligar para isso.

 

helena1) Helena não é feminista

Os trailers do filme deixaram algumas ativistas animadas com o fato de que aquela obra “heteronormativa, machista e patriarcal” de 2004 seria destruída em sua sequência, por meio do “empoderamento” de Helena, que iria para o mercado de trabalho e mostraria ao marido opressor que pode fazer tudo o que um homem faz. Quem achou isso deve ter saído do cinema chorando.

Realmente é Helena quem assume o emprego de heroína, enquanto Beto fica com as crianças, mas a história deixa claríssimo que: 1) a princípio, ela não queria isso. Reluta e é convencida pelo próprio marido a aceitar; 2) ela fica dividida o filme inteiro entre a necessidade de cumprir seu dever profissional para ajudar sua família e as responsabilidades de mãe – que não está cumprindo naquele momento e por isso sente-se culpada. Qualquer mãe que precise trabalhar, mas gostaria de não precisar para poder ficar com os filhos vai se identificar na hora.

 

2) Mulher sutil e flexível x Homem forte e bruto

O enredo também mostra que Helena foi escolhida para a missão, ao invés de Beto ou Gelado, não por que preenchia uma cota ou para corrigir injustiças sociais, e sim por que era a mais sutil dos três. Uma vez em ação, suas habilidades causavam prejuízos muito menores do que as dos homens, especialmente quando comparada ao marido, Beto, cuja super força o tornava um autêntico demolidor de prédios.

Tipo no mundo real, quando um homem sempre tende a ter mais força física que uma mulher, por razões biológicas e evolutivas. Não há cirurgia que mude isso.

 

dims3) Beto é um pai bem masculino

É claro que homens são capazes de realizar atividades historicamente executadas por mulheres, mas o fazem do seu jeito, do jeito que as determinações naturais de seu sexo impõe. O filme deixa isso claro ao expor, por exemplo, a total inépcia de Beto ao tentar resolver os problemas emocionais de Violeta, a dificuldade em lidar com várias obrigações domésticas ao mesmo tempo ou no modo vigoroso de cuidar e brincar com o bebê Zezé. Numa cena, ele põe uma mesa virada ao contrário em cima do berço, como se fosse uma tampa, para evitar que o bebê saia. Em outra, ele usa Zezé como arma para disparar lasers dos olhos. É o tipo de ideia que só vem com espontaneidade à cabeça de homens.

 

4) Mães são insubstituíveis

Helena acha que Beto não dá conta de fazer o que ela fazia em casa, e seu temor é bem compreensível, conforme exposto na cena do telefonema, quando ele diz que está tudo sob controle, e na verdade não está. Realista como sua personagem é, ela sabia desde o começo que o marido, por ser homem, não conseguiria cumprir bem as obrigações maternas que ela cumpria. Mesmo no fim do filme, quando tudo caminha para o fim, ela hesita de novo em confiar que Beto cuidaria bem dos filhos sozinho. Nada mais natural para uma mãe do que a convicção de que ninguém cuidaria melhor dos seus filhos do que ela mesma.

Até as crianças reconhecem isso. Em determinado momento, Flecha liga para a mãe – a contragosto do pai – perguntando onde está seu tênis, por que o pai não achava. O garoto sabia que a mãe saberia. O bebê Zezé também chuta o balde no fim do filme e não aceita mais os biscoitos que lhe dão para que pare de chorar, por que o que ele quer mesmo é a sua mãe. Aliás, é aí que ninguém mais o segura.

 

violeta e flecha5) Meninos e meninas tem gostos diferentes

A adolescente Violeta entra numa tremenda foça sentimental e depois dá um verdadeiro chilique por conta de uma desilusão amorosa. A intensidade da reação é simplesmente incompreensível para o pai, Beto, e para o irmão, Flecha. Mesmo afetada, em outro momento, é sua sensibilidade feminina inata que percebe do que o pai precisa no momento em que surta: de um amigo para conversar. Então ela vai lá e liga para Gelado.

Flecha, no entanto, por conta da idade e (principalmente) do sexo, não dá muita bola para questões emocionais. Ele se empolga mesmo é com os controles remotos da casa nova – que abre lagos no chão e faz surgir a tevê – e do antigo automóvel do pai – que aciona turbinas e dispara mísseis. Preferências essas que são completamente desinteressantes para Violeta.

É a obviedade de que meninos e meninas têm gostos e predisposições diferentes determinadas pela evolução biológica de cada sexo. Fato este que é propositalmente ignorado por um punhado de ideólogos que odeiam o mundo real.

 

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