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Os funcionários da sede da Google, em Mountain View, na Califórnia, assistiram a uma conferência bem diferente daquelas a que estão acostumados. Como parte da série Talks at Google, quem se dirigiu aos colaboradores da empresa foi Stephanie Gray, uma ativista pró-vida canadense, com a palestra “Aborto: da controvérsia à civilidade”.

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O vídeo da palestra fez tanto sucesso que tornou-se um dos mais vistos do canal oficial do projeto. Enquanto a fala de Gray já alcançou quase 65 mil visualizações, a da presidente da gigante do aborto Planned Parenthood, por exemplo, foi vista aproximadamente 1,5 mil vezes, mesmo tendo sido publicada três meses antes.

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Gray é a fundadora do Canadian Centre for Bio-Ethical Reform (Centro Canadense para a Reforma Biética) e dirigiu por anos a instituição antes de dar início a outro projeto, Love Unleashes Life (“O amor desprende a vida”, em tradução livre), no qual propõe aos ativistas pró-vida um estilo mais compassivo, afetivo e, segundo ela, mais eficaz na abordagem do assunto.

A ativista já participou de mais de 800 debates e entrevistas sobre aborto, dentro e fora da América do Norte. Falando aos colaboradores da Google, Gray disse que há três qualidades que fazem com que definamos uma pessoa como “inspiradora” e elas podem ser identificadas pelas seguintes questões: ela pensa mais nos outros que em si mesma? Busca compreender o sofrimento e a vida do outro? Faz as coisas certas mesmo em situações difíceis?

Para aprofundar a explicação, Gray comparou dois episódios recentes. O naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, na Itália, em 2012, e o chamado “milagre do rio Hudson”, quando um piloto conseguiu pousar um avião avariado nas águas do rio nova-iorquino, em 2009. No primeiro caso, o capitão do navio, Francesco Schettino, abandonou a embarcação. No segundo, o capitão Chesley Sullenberger só deixou a aeronave ao saber que todos os passageiros estavam bem. Sullenberger alcançou o patamar de herói, enquanto Schettino foi internacionalmente ridicularizado.

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“Se você concorda que o piloto agiu corretamente ao pôr o bem dos passageiros à frente do seu, ao priorizar as necessidades de seus dependentes, então não seria verdade também que, em relação ao aborto e à gravidez não-planejada, uma gestante deveria priorizar as necessidades do seu dependente”, questionou Gray.

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“Se você acredita que devemos priorizar as pessoas mais frágeis e vulneráveis, em vez das mais fortes, então não deveríamos priorizar as necessidades do nascituro?”, disse ela. Gray ainda lembrou de um encontro que teve com um sobrevivente do genocídio na Ruanda em 1994. Ao ver lado a lado as fotos de uma criança morta no conflito e a de um bebê abortado, o sobrevivente disse, apontando a imagem do feto: “Isso é pior, porque pelo menos minha família podia tentar fugir”.

Em uma sessão de perguntas e respostas ao fim da palestra, Gray recomendou ainda que o diálogo sobre um assunto difícil como o aborto pode ser iniciado a partir de questões abertas, que procurem compreender de que ponto de vista o interlocutor está partindo.

Defendendo que o aborto deve ser ilegal, Gray vai além. Para ela, o aborto deve ser impensável. E para isso, de acordo com ela, é necessário compreender que se trata de um assunto complexo e que o debate não é meramente racional, mas tem uma dimensão afetiva. É preciso sensibilizar as pessoas para o cuidado com a indefesa e frágil vida gestada no seio materno.

Assista à palestra de Stephanie Gray (em inglês):

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Com informações de Catholic News Agency

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