Uma van moderna, equipada com ultrassom, posicionada em frente a uma clínica de aborto e com profissionais atenciosos e compassivos atendendo gestantes em situações de vulnerabilidade. A ideia é simples e tem se mostrado eficaz: é assim que a ONG norte-americana Save the Storks (“salve as cegonhas”) já salvou mais de mil bebês e tirou as suas mães do isolamento social que as levou a considerar o aborto. O número não para de crescer, mas a organização deseja mais: eles querem repensar o movimento pró-vida e a imagem que ele tem na sociedade.
O fundador da ONG, Joe Baker, trabalhava como voluntário em 2010 em um centro de atendimento a gestantes em Nova York. O centro tinha uma van equipada com ultrassom que ficava diante de clínicas de aborto para oferecer o exame gratuitamente. Assim, Baker decidiu se dedicar a expandir esse tipo de serviço para todo o país e deu início à ONG no ano seguinte junto com sua esposa, Ann.
Hoje, Save the Storks disponibiliza em 14 estados norte-americanos 24 vans que são operadas por centros locais de atendimento a gestantes. Outras 19 estão em construção. Os veículos, equipados com máquinas de ultrassom, grandes monitores e um bom sistema de som, têm ajudado a salvar vidas perto de clínicas de aborto, universidades e grandes eventos, reduzindo a distância entre os centros e as mulheres que necessitam de seus serviços.
Cada van custa 130 mil dólares e os fundos para bancar o projeto vêm da contribuição mensal de 30 dólares de 165 mil apoiadores espalhados pelos Estados Unidos. O resultado é incrível: cada van salva 360 mães e bebês por ano. Quatro de cada cinco mulheres que são atendidas no veículo optam por não abortar.
Repensar o movimento
O objetivo é reduzir a zero a demanda pelo aborto, tornando as gestantes aptas a escolher a vida, já que 84% das mulheres que optaram pelo aborto sentiam não ter outra opção. Para isso, a ONG procura fornecer às mulheres toda a informação de que precisam para fazer uma escolha verdadeiramente consciente. Além disso, coloca-as em contato com a comunidade, em pequenos grupos – como igrejas locais – que oferecem apoio, amor e ajuda mesmo se elas escolherem abortar.
“Esse é um ponto em que todas as ideologias políticas concordam: nossa missão deve ser empoderar as mulheres para que façam escolhas bem-informadas”, diz Marcie Little, diretora criativa da Save the Storks, em entrevista ao Crux.
“Nós nos envolvemos ativamente com as novas gerações encorajando-as a reimaginar o movimento pró-vida. Seu espírito inovador, preocupação e cuidado pelas pessoas oprimidas pela injustiça é inestimável para que a nossa cultura passe a abraçar a vida”, diz Marcie.
Para isso, a ONG investe em uma mudança de perspectiva. “Procuramos mudar a ênfase em apenas salvar o bebê para pôr o foco em entender por que as mulheres sentem necessidade de abortar. Isso ajuda as pessoas a desenvolver empatia e compaixão”, explica ela.
“Infelizmente, a visão que as pessoas têm atualmente do movimento pró-vida é com frequência injustamente negativa e muitos jovens não querem se aproximar disso. De certa maneira, preenchemos uma lacuna ao ajudar as pessoas a pensar diferente sobre o movimento e reimaginar o que o termo ‘pró-vida’ e as ações relacionadas realmente significam”, conta Marcie.
Com informações de Crux.
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