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No mundo todo há cerca de 300 milhões de pessoas com asma, enfermidade crônica caracterizada por dificuldade recorrente para respirar e que costuma ter por sintomas, entre outros, aperto no peito, falta de ar e respiração ofegante. Segundo um estudo feito por investigadores da Fundação Europeia do Pulmão, a asma pode também atrasar, e até mesmo diminuir, a fertilidade das mulheres.

Elisabeth Juul Gade, diretora da pesquisa, disse ao jornal espanhol ABC: “nossos resultados dão maior peso às evidências epidemiológicas que sugerem a existência de uma relação entre a asma e a fertilidade. De fato, no nosso estudo observamos que a asma tem um efeito negativo sobre a fertilidade e que aumenta o tempo até que a mulher consiga engravidar. Esse aumento, além disso, se eleva ainda com a idade.” O estudo foi publicado na revista científica European Respiratory Journal.

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Menor taxa de gravidez

Para realizar o estudo, os autores avaliaram um total de 245 mulheres de 23 a 45 anos com problemas de infertilidade de causa desconhecida. Toas as participantes – incluindo as 96 que foram diagnosticadas com asma – se submeteram a um tratamento de fertilidade até que conseguissem engravidar ou simplesmente deixassem a terapia. Nenhuma das duas situações aconteceu nos primeiros doze meses da pesquisa.

De acordo com os resultados, o tempo médio para engravidar entre as mulheres com asma se fixou em 55,6 meses e em apenas 32,2 meses entre as participantes sem a doença.

Além disso, conta a reportagem do ABC, a taxa de êxito dos tratamentos de fertilidade foi significativamente menor nas mulheres com asma. Entre as que não tinham a doença, 60,4% conseguiram engravidar, mas entre as participantes com asma a porcentagem foi de apenas 39,9%. Segundo os autores, “essa tendência era mais aparente quanto mais velhas eram as mulheres”.

Quanto mais jovem, melhor

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Essa relação negativa entre a asma e a fertilidade é realmente explicada pela doença ou pode ter a sua origem em outros fatores? Gade disse ao jornal espanhol que “a verdade é que ainda não conhecemos a relação causal. Poderia ser causada por uma combinação dos diferentes tipos de asma, do estado psicológico da paciente, dos níveis hormonais ou do próprio tratamento para a asma”.

Seja como for, conclui a diretora do estudo, “à luz das novas evidências, cremos que os médicos deveriam estimular as suas pacientes com asma a tentarem engravidar em idades mais jovens e otimizar o seu tratamento para a asma na etapa de pré-concepção. É que a educação da paciente também tem uma importância crucial, pois informar-lhes sobre essa nova evidência poderia fazer com que melhorassem a sua adesão aos tratamentos”.

Com informações de ABC

Colaborou Felipe Koller.