Imagine a seguinte situação: tendo sido internado e colocado em coma induzido, você acorda de repente – sem conseguir se mexer ou esboçar qualquer reação – e ouve um padre recitando o rito da unção dos enfermos, comumente associado aos últimos momentos de vida. Foi o que aconteceu com Naomi Bailie, de 33 anos, de Portaferry, na Irlanda do Norte, em dezembro de 2016.
Ela tinha sido colocada em coma induzido depois de ter contraído meningite. A ideia era dar a ela uma chance de se recuperar da doença. Durante o coma, porém, ela acordou, mas não conseguiu alertar os médicos e a família de que estava consciente.
“Tentava chamar a atenção deles, mas não conseguia”, disse Naomi, que tem uma filha. “Pensei: ‘Vou morrer’”. Ela teve um tipo de síndrome do encarceramento, uma condição rara em que os movimentos do corpo inteiro são paralisados, mas as faculdades mentais se mantêm perfeitas.
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A última coisa que ela se lembrava era de ter telefonado ao marido, Gerard, dizendo que precisava que ele voltasse para casa, porque ela estava com muitas dores. Quando Gerard chegou, meia hora depois, a encontrou deitada no chão, tendo convulsões e falando coisas sem sentido. Fora de si, ela não se lembrava nem da filha nem do marido e tentava se despir no carro, a caminho do hospital.
Antes mesmo da confirmação do diagnóstico, ela passou imediatamente por uma cirurgia no cérebro para drenar o líquido acumulado. Depois, foi induzida ao coma. Uma semana depois, acordou.
“Eu estava lá parada quando meu cérebro acordou – mas meu corpo não. E ouvi algo assustador: os últimos ritos. Um padre que eu não conhecia estava recitando o ritual e minha família – meu esposo, minha mãe, meu pai e meus dois irmãos – se aproximou de mim para se despedir”, conta.
Naomi ficou nesse estado por uma semana. No Natal, conseguiu ao menos movimentar a cabeça. Só 27 dias depois ela saiu completamente do coma. Hoje, Naomi se dedica à conscientização sobre a vacinação contra meningite. “Desde que saí do hospital, sofro com perda da memória recente. Tenho um tumor cerebral benigno e epilepsia, frutos da doença”, afirma. “Não consigo lembrar de coisas como compromissos ou reuniões. Preciso escrever tudo e confiar em Gerard e na minha mãe”.
Com informações de The Sun.
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