Com apenas oito semanas de gravidez, a norte-americana Rachel Prescott, de 39 anos, recebeu uma notícia que a desestabilizou: ela esperava dois bebês com sérios problemas cardíacos e grandes chances de nascerem com síndrome de Down. “Seis especialistas se revezaram na análise dos exames e apresentaram os mesmos resultados”, contou ao jornal britânico The Daily Mail.
Além da condição das crianças ser extremamente rara – aproximadamente um caso a cada um milhão de nascimentos – possivelmente elas passariam por uma complexa cirurgia no coração logo após o parto e, se sobrevivessem, necessitariam de cuidados médicos por toda a vida. Com isso, os médicos explicaram à Rachel e seu marido Cody, a gravidade quadro e os orientaram a encerrar a gestação o quanto antes. “Eu queria explicar que não desejava terminar minha gravidez, mas naquele momento eu só conseguia ficar em silêncio”, relatou a moradora de Monmouth, no estado de Oregon, Estados Unidos.
Em entrevista ao jornal britânico, ela contou que já tinha dois meninos de quatro e seis anos de idade, e que ficou muito animada quando soube que teria a chance de aumentar a família. Por isso, decidiu manter a gravidez mesmo com os especialistas a desmotivando em cada consulta. Durante a gestação, inclusive, ela negou realizar testes que indicariam se os bebês teriam a síndrome citada pelos médicos e apenas confirmou a alteração genética das crianças no momento em que conheceu as gêmeas Charlotte e Annette.
“Eu queria explicar que não desejava terminar minha gravidez, mas naquele momento eu só conseguia ficar em silêncio”
As meninas nasceram por meio de parto natural e não precisaram ser levadas, às pressas, para nenhuma mesa de operação. De acordo com Rachel, apenas seis meses depois do nascimento uma delas foi submetida à cirurgia cardíaca e não apresentou complicações, fazendo com que a mãe descrevesse as garotas como “seus milagres”. “Ficamos muito agradecidos e aliviados”.
No entanto, ela afirma que muitas pessoas veem suas filhas com preconceito e apresentam condolências ao casal por terem gêmeas com síndrome de Down. “Mas rapidamente asseguramos que não há tristeza em nossos corações em relação às nossas belas garotinhas e seus cromossomos extras”, garantiu ao Daily Mail.
Hoje as meninas estão com um ano e dez meses, são menores do que outras da mesma idade e têm desenvolvimento mais lento. Só que “andam por aí, dando seus próprios passos, rindo e explorando cada centímetro da nossa sala de estar”, garante Rachel, que escreve diversos artigos a respeito das garotas em sua página “Doubling Down Mom” e garante ser muito feliz com a família que recebeu. “Eu, sem dúvida, as escolheria do jeito que são”, finaliza.