Dentro de pouco mais de um mês, os irlandeses deverão ir às urnas em um referendo sobre o aborto. Marcada para o dia 25 de maio, a votação decidirá se o país manterá a 8ª ementa da sua Constituição, que diz que o Estado “reconhece o direito do nascituro à vida e, com o devido respeito ao igual direito à vida da mãe, garante em suas leis a respeitá-lo e, na medida do possível, a defender e reivindicar esse direito”.
O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, já deixou claro o seu apoio à remoção da emenda, mas a opinião dos eleitores permanece um ponto de interrogação. Segundo uma pesquisa encomendada pelo jornal Sunday Business Post, a porcentagem de eleitores favoráveis ao banimento da emenda caiu de 60% em janeiro para 56% no fim de março.
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A revogação da emenda abriria caminho para projetos de lei já esboçados que pretendem legalizar o aborto durante o primeiro trimestre da gestação – e abortos ainda mais tardios para casos de deficiência fetal e risco para a vida e a saúde da mãe.
Grupos pró-vida do país temem que essas duas exceções acabem sendo compreendidas da maneira mais abrangente possível. Em 10 de março, uma marcha a favor da manutenção da emenda reuniu mais de 100 mil pessoas – segundo os organizadores, o referendo acabou despertando um “gigante adormecido” pró-vida.
“A Irlanda está em um ponto crucial em sua história e estamos desafiando as pessoas a rejeitarem a indústria do aborto e exigindo uma resposta melhor para mães e bebês”, disse a porta-voz do grupo pró-vida Save the 8th, Niamh Uí Bhriain.
Uma diferença de dar orgulho
O ex-primeiro-ministro John Bruton conclamou a população a defender a 8ª emenda, argumentando que, embora se trate de uma exceção entre os outros países, é uma diferença “da qual deveríamos nos orgulhar”, diz ele, que governou o país entre 1994 e 1997.
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“Dizer arbitrariamente que, depois de certo número de semanas, está tudo bem suprimir uma vida simplesmente não está de acordo com os valores da caridade direcionada aos mais frágeis de nossas comunidades que exemplificou o que é ser irlandês nos últimos séculos”, afirma Bruton.
País de enraizada tradição católica, a Irlanda recebe em agosto a visita do Papa Francisco para a edição deste ano do Encontro Mundial das Famílias. A 8ª emenda foi anexa à Constituição em 1983 e também foi fruto de um referendo. Na época, foi aprovada por 66,9% dos eleitores.
O atual primeiro-ministro defende também que seja feito um referendo sobre o casamento homoafetivo. Ele mesmo vive com o seu parceiro, Matthew Barrett, desde 2015, sendo considerado o 4º chefe de governo abertamente gay dos tempos modernos.
Com informações de Life Site News.
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