Desde o dia 1º de janeiro as irlandesas podem realizar um aborto até a 12ª semana de gestação, sem qualquer restrição. A decisão tomada em 2018 e que entrou em vigor agora, se tornou um marco na liberdade social do país, que tem fortes raízes católicas. Mas de acordo com o jornal irlandês Southern Star, menos de 5% dos médicos tem se colocado à disposição do governo para realizar a prática. Os outros 95% são contrários à nova lei, principalmente por acreditarem que matar um ser humano não é parte de sua profissão.
Há também a preocupação com a segurança das mulheres irlandesas que realizarão esses abortos, já que não há espaços preparados adequadamente para atende-las. Em nota divulgada no fim do ano passado, a Associação Nacional de Médicos de Clínica disse que a maneira apressada com que serviços de cessação de gravidez estavam sendo introduzidas era inaceitável e insegura.
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Essa pressa na aprovação do texto da lei, que para muitos médicos tem motivação política, também fez com que boa parte dos hospitais sinalizassem que não estão prontos para atender a nova demanda. Eles apontam a falta de máquinas de ultrassom, de diretrizes clínicas e de pessoal treinado. Além disso, há duras críticas ao governo pelo fato de permitem que meninas com 15 anos ou menos abortem sem o conhecimento ou consentimento de seus pais.
A nova lei permite que o aborto seja realizado por qualquer motivo até 12 semanas de gravidez e a partir disso somente em circunstâncias excepcionais, força os contribuintes a pagar por abortos – já que há a gratuidade pelo governo – e obriga hospitais católicos a fornecer o serviço. E ainda traz aos médicos a preocupação de perder seus empregos caso se neguem a ajudar uma mulher a abortar. A lei prescreve o direito à objeção de consciência, mas não dá garantias trabalhistas quanto isso.
Mas para os ativistas pró-aborto, a baixa adesão dos médicos se daria pelo medo de represálias por parte das ONGs pró-vida. O departamento de saúde irlandês disse que 179 clínicos gerais se inscreveram para fazer abortos, mas cerca de 30 deles pediram que seus nomes não fossem compartilhados no canal direto aberto pelo governo.
Com informações de LifeNews
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