Fernanda e Gustavo tentaram engravidar durante cinco anos e hoje provam que vale a pena perseverar. Foto: Arquivo pessoal/ Fernanda Gans Kenski| Foto: Arquivo pessoal/Fernanda Gans Kenski
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Depois de cinco anos em tratamento para engravidar, dois abortos espontâneos durante o processo e muitos momentos de incerteza, Fernanda Gans Kenski, de 35 anos, chegou a pensar que o sonho de gerar um bebê não se realizaria. “Só que nunca desisti de ser mãe”, relata a curitibana, que seguiu com o acompanhamento médico ao mesmo tempo em que tentava adotar uma criança. “Tudo sem imaginar o que nos esperava”.

Casada desde 2012 com o representante comercial Gustavo de Carvalho, ela tinha certeza de que poderia aumentar a família assim que terminasse a construção de sua residência, em Curitiba. Por isso, três anos após a união, interrompeu o uso do anticoncepcional, iniciou o acompanhamento obstétrico e começou a imaginar a família aumentando. “Mas minha menstruação se tornou irregular assim que parei de tomar o remédio”, recorda a terapeuta ocupacional, que realizou exames para identificar o que estava acontecendo e recebeu o diagnóstico: “eu tinha a síndrome do ovário policístico”.

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Caracterizada por cistos que prejudicam a ovulação, essa doença diminui as chances de gravidez, e isso deixou Fernanda muito preocupada. Principalmente porque “sempre que eu procurava algo na internet, encontrava diversas histórias tristes de pessoas que não conseguiam engravidar”, conta. “Aquilo realmente me desanimava”.

No entanto, buscou um especialista em fertilidade, descobriu que existiam tratamentos disponíveis para o seu problema e decidiu induzir a ovulação na tentativa de obter o esperado positivo. E deu certo. “Engravidei duas vezes”, relata a jovem, lembrando da alegria que sentiu ao receber as notícias. Porém, o desenvolvimento das gestações não ocorreu como o esperado e Fernanda precisou lidar com a tristeza, raiva e o medo diante dos abortos espontâneos que sofreu. “Foi muito doloroso e não desejo isso para ninguém”.

Novos exames foram necessários para identificar o motivo daqueles abortos, e Fernanda soube, então, que também apresentava focos de endometriose, condição que faz a mucosa da parte interna do útero crescer em outras regiões do corpo. Com isso, o sistema imune dela atacava essa mucosa e reduzia a chance de implantação dos embriões. “Então, os focos foram cauterizados e iniciamos novamente o tratamento de indução de ovulação”, recorda.

Surpresas

Segundo a curitibana, foram necessárias diversas doses de medicamentos orais, injetáveis e combinados até que sua ovulação voltasse a ocorrer normalmente em abril deste ano. “Aí descobrimos em junho que eu estava grávida”. Só que, junto com a chance de gerar o bebê que ela e seu esposo tanto queriam, veio a preocupação: “Afinal, nossas duas gestações anteriores não tinham evoluído”, explica Fernanda, que ficou surpresa com o resultado do primeiro ultrassom. “As coisas estavam indo muito bem e nós vimos dois sacos gestacionais”, conta, emocionada.

Para confirmar a notícia a respeito dos gêmeos, outro exame foi realizado na semana seguinte, e a surpresa aumentou ainda mais. “Agora não eram somente dois, mas cinco embriões”, lembra. O casal ouviu o coração de cada um deles e continuou realizando ultrassonografias frequentes para acompanhar o desenvolvimento. “Infelizmente, um bebê acabou não evoluindo e agora serão somente quatro, que estão crescendo de forma adequada”, garante Fernanda.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Apesar de enfrentarem o terceiro aborto espontâneo, ela e o esposo Gustavo não sabiam como conter tanta alegria e começaram a dividir a notícia com os familiares que torciam por eles. “Meus pais ficaram extasiados e minha mãe até passou mal”, conta Fernanda, que também viu o sogro e as cunhadas chorarem de emoção. “O que nós passamos mostra que nem sempre o processo é simples, mas que é possível sonhar”, afirma.

Por isso, o casal decidiu abrir uma conta no Instagram chamada “derepente.quadrigêmeos” para incentivar outros casais que passam por problemas semelhantes a também perseverarem. “Afinal, existem muitas possibilidades, desde tratamentos médicos até o processo de adoção”, afirma Fernanda, citando sua história como prova disso. “Claro que não é um processo simples, mas é necessário persistir porque, no final, você também pode ter um resultado positivo e feliz como o nosso”.