Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil| Foto:

A ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos anunciou, nesta terça-feira (21), algumas ações para acelerar a adoção de crianças e adolescentes que estão em abrigos provisórios no Brasil, com foco na adoção tardia. Damares Alves ressaltou, em sua fala durante o seminário “Adoção 9 Meses: Família para todos”, que boa parte das crianças que ficam em abrigos têm mais de três anos de idade. Além disso, a burocracia que envolve todo o processo será alvo do ministério.

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Em adoção tardia, casal fica com quatro irmãos para mantê-los unidos

Atualmente, 9.524 menores estão habilitados para a adoção no país, segundo dados do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), e outros 47 mil em situação indefinida e inseridas em programas de acolhimento institucional. Já candidatos a pais, são quase 46 mil. Mas mesmo com tanta gente querendo acolher uma criança alguns casais esperam até uma década para adotar uma criança. Diante disso, entre as ações da ministra está o lançamento da campanha “Cruzada da Adoção”.

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Outras medidas anunciadas pela ministra são a isonomia nos prazos de licença-maternidade ou paternidade para os casos de adoção de bebês, propostas legislativas para desburocratizar e incentivar a adoção socioafetiva, e campanhas focadas na adoção de crianças com deficiência física ou intelectual estão entre as propostas.

Mãe do coração e parlamentar em defesa da adoção

Flordelis, deputada federal eleita pelo PSD-RJ, foi a idealizadora do evento. A parlamentar pretende ampliar a discussão na Comissão de Seguridade e Família da Câmara dos Deputados, mas dedicou a vida inteira levantando essa bandeira antes de assumir o mandato. Carioca, ela é mãe por adoção de 51 filhos e mais quatro biológicos. Os primeiros cinco foram casos de adoção tardia, pouco comum no país.

Ao Sempre Família, Flordelis explicou que um dos seus objetivos como parlamentar é contribuir para a redução do tempo de espera das famílias, por uma criança ou adolescente. A deputada luta há anos para que essas crianças e adolescentes que vivem em abrigos tenham o direito de ter uma família. “Um lar é o lugar ideal para que sejam criados, educados e amados. A família foi e sempre será a base da sociedade”, afirma. “O período em que eles ficam no abrigo é um prato cheio para que elas desejem fugir. Quando o fazem, muitos acabam indo para as ‘cracolândias’”, conta. E ela diz isso com experiência de causa.

Com uma grande família, seus filhos têm idades entre sete e 40 anos e mais dois netos chegaram à sua casa recentemente, adotados por uma de suas filhas. “Nasci e fui criada no Jacarezinho (RJ), consegui recuperar cinco adolescentes do tráfico e, numa madrugada, e adotei mais 37, sendo 14 bebês, depois de uma chacina que aconteceu na Central do Brasil”, contou.

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