A Ampara acolhe e capacita famílias adotantes para que possam passar com mais tranquilidade pelo processo de espera.| Foto: Arquivo pessoal/Lindacir Rocha
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Milhares de crianças e adolescentes estão institucionalizados no Brasil à espera de uma família. Ao mesmo tempo são inúmeros os candidatos a adotantes. Só que todo o processo entre decidir pela adoção e registrar o filho é longo e desgastante em muitos casos. É justamente para acolher, amparar e auxiliar todos os envolvidos nesse caminho que surgiu a Ampara, a Associação Matogrossense de Pesquisa e Apoio à Adoção.

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Lindacir Rocha, fundadora da associação, explica que a Ampara é um grupo de apoio à adoção, que tem como missão fortalecer as famílias e que pretende romper mitos e preconceitos. “A associação nasceu porque eu sou mãe por adoção. Fiz três adoções e sofri muito preconceito”, revela. De 2009 pra cá, muitas pessoas foram atendidas. São muitos, também, os desafios.

A Ampara é uma entidade sem fins lucrativos e possui declaração de utilidade pública reconhecida por lei. Hoje as instalações funcionam junto à Vara da Infância e Adolescência de Cuiabá, mas apesar de contar com respaldo do poder público, a força de trabalho é essencialmente voluntária. Júlio Resende é uma das pessoas que já sentiram na pele a importância do trabalho feito pela associação. Hoje, ajuda como pode. “Somos voluntários porque temos uma gratidão eterna”, conta ele.

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Uma das atividades desenvolvidas pela Ampara é a realização do curso Pré-natal da Adoção, uma exigência legal para pessoas que pretendem adotar. São encontros – agora com a pandemia feitos à distância, na modalidade online – com diversos temas, que vão desde a gestação da adoção, a espera pelo filho e os medos que isso causa, até os aspectos jurídicos e do dia a dia da adoção.

Foi justamente nesse curso que Júlio viu a percepção que tinha de adoção mudar. Ele e a esposa procuravam um bebê e acabaram adotando dois irmãos gêmeos, na época, com 6 anos. “É a coisa mais bonita e também a mais difícil que a gente já viveu”, conta o professor. Além de participar ativamente dos cursos de pré e pós adoção, a família ainda grava vídeos na internet para desmistificar vários temas que envolvem esse assunto.

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“A gente não teria sobrevivido sem a Ampara. O apoio deles foi fundamental. Tanto apoio jurídico, como o acolhimento com assistente social e psicológico”, conta Júlio. Essa orientação é a base do trabalho. Lindacir esclarece que quando decide pela adoção a pessoa deve, primeiro, procurar a Vara da Infância e Adolescência no local em que vive para se cadastrar. Depois passa por um estudo psicossocial, precisa fazer o curso, ter um parecer favorável do Ministério Público para só então o juiz declarar a habilitação. Com isso, passa a integrar o Sistema Nacional de Adoção.

Mais do que apenas amparar, a associação é a realização de um sonho. “Sou apaixonada pelo trabalho porque sou apaixonada pela família, pelos meus três filhos”, diz Lindacir, orgulhosa. Ela conclui: “Cada criança inserida em uma família é um motivo para agradecer a Deus”.