Ainda que o sorriso, o dinheiro ou a fama sejam descrições tradicionais de pessoas felizes, eles podem esconder diversos sentimentos que somente o contato pessoal é capaz de identificar. Por isso, o bem-estar emocional de alguém não é medido pelo que ele tem ou pela fisionomia alegre que apresenta, mas pela maneira com que essa pessoa se relaciona com as demais. “Afinal, quem é feliz tende a apreciar pequenos prazeres da vida e dedicar mais tempo para seus relacionamentos”, afirma a psicóloga e psicoterapeuta Amanda Letícia de Lima.
E foi isso que uma pesquisa norte-americana com duração de 75 anos revelou. Depois de analisar 724 homens e seus filhos entre 1938 e 2016, o Estudo de Harvard sobre o Desenvolvimento do Adulto – Study of Adult Development – concluiu que aqueles que estavam satisfeitos com suas relações interpessoais eram muito mais felizes. Além disso, os mesmos participantes foram submetidos a diversos exames clínicos, e os que valorizavam mais o contato com familiares e amigos também apresentaram melhores resultados de saúde. O motivo?
“A pessoa que tem boas interações sociais e se sente bem também estará mais disposta para desenvolver atividades que influenciem na continuidade desse bem-estar”, afirma Amanda, ao citar a prática de exercícios físicos e o equilíbrio na alimentação como parte da rotina dessas pessoas. “Algo que uma pessoa deprimida, triste e que prefere ficar sempre sozinha não terá tanta motivação para realizar, por exemplo”.
Só que isso não significa que pessoas felizes nunca ficarão insatisfeitas ou desapontadas. “Pelo contrário. Elas passarão por isso em diversos momentos da vida, mas conseguirão gerenciar suas emoções de forma eficaz a fim de enfrentar os problemas”, explica a especialista, que apresenta as 7 principais características da felicidade. Veja quais são elas:
- Empatia: pessoas felizes conseguem se colocar no lugar do outro com mais facilidade. Por isso, estão dispostas a ouvir quem precisa, se disponibilizam para ajudá-las e costumam se envolver em atividades solidárias.
- Paciência: enquanto indivíduos deprimidos se concentram em seus próprios problemas e tendem a agir com agressividade, quem está bem emocionalmente consegue dialogar e age de forma mais tranquila diante de opiniões divergentes.
- Valorização dos relacionamentos: além de manter interações sociais, quem é feliz também dedica tempo para estar com pessoas, vivenciando momentos especiais com os amigos e familiares, em vez de isolar-se.
- Resiliência: esses indivíduos também lidam de forma mais eficiente com situações negativas. Por isso, no lugar de fugirem dos problemas ou desistirem diante da primeira frustração, procuram novas soluções e enfrentam os desafios.
- Bom humor: o ambiente em que a pessoa feliz está inserida também costuma ser mais positivo, pois ela encara o dia a dia com leveza e concentra suas energias no que é bom para ela e para o grupo.
- Autoconhecimento: ao lidar de forma eficaz com as situações que o envolvem, esse indivíduo saudável emocionalmente também aprende com seus erros, aceita as próprias falhas e compreende melhor seus pontos fortes e fracos, o que o destaca diante dos demais.
- Foco: ainda que enfrente dificuldades, a pessoa feliz não desiste de seus objetivos e busca alcançá-los por meio de crescimento pessoal, o que não costuma ocorrer com indivíduos deprimidos, já que eles se apresentam como vítimas, fazem comentários ruins sobre si mesmos e dificilmente se satisfazem com o que são ou têm.