Marcela, o filho Nicolas e o marido passaram por diversas mudanças de rotina durante a pandemia, mas ela acredita que muitas permanecerão, pois foram benéficas para o relacionamento deles.| Foto: Arquivo pessoal/Marcela Markovicz
Ouça este conteúdo

Sabemos que a rotina familiar contribui muito para que o casal não se sobrecarregue nas tarefas domésticas e para que filhos aprendam desde cedo sobre organização e disciplina.
“A rotina é o que definirá os parâmetros que a criança adotará no futuro, para a sua vivência e realização pessoal e se estipulada na primeira infância refletirá diretamente na adolescência e na fase adulta”, acredita Marcela Markovicz, assessora jurídica, mãe do Nicolas, de 4 anos. 

Siga o Sempre Família no Instagram!

Porém, Márcia Canova, psicopedagoga e psicóloga com abordagem sistêmica familiar, alerta para o fato de que, embora a rotina seja extremamente necessária e benéfica, a família deve buscar o equilíbrio. É importante evitar uma rotina extremamente rígida e lembrar sempre de buscar a flexibilidade, pois a rigidez faz com que as pessoas fiquem mau humoradas. “Comer uma pizza durante a semana ou, se porventura for preciso, deixar de praticar uma atividade em determinado dia, não vai prejudicar uma rotina consistente”, exemplifica ela.

CARREGANDO :)
CARREGANDO :)

Além do mais, deixar uma louça na pia ou postergar uma lavagem de roupa de vez em quando não irá acarretar grandes prejuízos para a família. Afinal, a casa deve ser organizada o suficiente para que os membros do lar possam viver com qualidade de vida, mas sem cair no excesso de atividades que tire a possibilidade dos momentos juntos.  

Para contribuir com o estabelecimento da rotina da casa, é muito importante categorizar as prioridades do lar conforme os valores de cada família. “Há famílias que dão mais importância para a forma da alimentação e outras para qualidade de tempo com as crianças. Portanto, cada família deve buscar encontrar suas prioridades por meio do diálogo e da conversa, lembrando de que o bom senso deve prevalecer”, pontua Márcia.

Rotina e pandemia 

As restrições trazidas pela pandemia, não só alteraram a rotina familiar, mas permitiram que todos repensassem sobre as novas possibilidades de organização do tempo livre e a valorização do que realmente importa no cotidiano. Isso fez com que várias pessoas mudassem conceitos pré-definidos, acredita Marcela. 

Ela conta que a partir da convivência mais intensa dentro de casa, orientados por profissionais da escola do Nicolas, ela criou e reforçou espaços determinados e específicos para as diferentes atividades da família. Foi estabelecido o local do trabalho, o espaço para atividade física, o local para brincadeiras e as mesas de atividades. “Passado o período inicial, mais restritivo e incerto da pandemia, a delimitação de uma rotina mínima foi fundamental para evitar um desgaste físico e emocional ainda maior para nós como casal e da relação pais e filho".    

Durante este tempo de pandemia, direcionar atividades com horários determinados, auxiliou ainda mais no cumprimento da rotina do lar e tem contribuído para um maior tempo de qualidade das famílias. E Marcela tem comprovado isso, porque intensificou as brincadeiras lúdicas e os jogos em família, as atividades voltadas ao aprendizado, os passeios pelo bairro e em lugares remotos para um contato maior com a natureza.  

“As demais atividades, como prática de atividade física, oração, leitura, séries e filmes, passaram a ter horários alternativos”, afirma Marcela, que acredita que conforme o tempo for passando e as restrições sociais diminuindo, muitas das mudanças realizadas na rotina durante a pandemia permanecerão, porque foram importantes para sua família. 

“A organização dos espaços, das atividades e do cotidiano são aprendizados significativos da pandemia. Eles trouxeram uma maior proximidade dos pais com os filhos, possibilitando o conhecimento mútuo, no qual cada um pode descobrir as qualidades e dificuldades do outro, integrando e unindo a família, como também contribuindo com o crescimento das crianças e dos adultos”, conclui Marcia.

Publicidade