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Se a sua quarentena está sendo tranquila, isso se deve a uma série de serviços que não puderam paralisar as atividades, como os agentes de limpeza urbana, de entrega, funcionários de mercados e bancos, por exemplo. Essas são profissões que, ainda que não atuem diretamente em hospitais, também estão na "linha de frente" do combate a Covid-19, e correm diariamente o risco de contaminação pela doença.

Kamylla, auxiliar administrativa de compras de um supermercado de Curitiba, por exemplo, relata que além de carregar o álcool em gel na bolsa e a máscara no rosto, viu todo um novo protocolo ser adotado na empresa em que trabalha. "Desde o primeiro dia, a empresa começou a dar álcool em gel para todos e na mesma semana providenciou luvas e máscaras. Hoje, todos os clientes e funcionários precisam medir a temperatura e passar o álcool em gel antes de entrar", relata a jovem de 23 anos.

O mercado é o único local em que a funcionária e o marido, que trabalha na mesma empresa, vão quando saem de casa. Eles evitam ao máximo ir a outros estabelecimentos, visto que cada saída é um risco a mais de contaminação. "Nossa rotina é de casa para o trabalho, e do trabalho para casa, sempre de máscara e usando o álcool em gel. Como vamos e voltamos juntos, antes de entrar no carro passamos o álcool em gel em todos os lugares que encostamos as mãos", explica.

A jovem conta que, embora no início tenha tido mais medo da doença, adaptações na rotina com a família ajudaram a tranquilizá-la um pouco. Visitas à casa dos pais e da avó foram postergadas para outro momento, e a filha tem ficado mais na casa do pai da menina.

"Agora, apesar de ainda ter muitos riscos, eu estou um pouco mais tranquila por ter me adaptado a tomar os devidos cuidados. Mesmo assim, a cada dia parece que saímos para uma batalha contra algo invisível que não sabemos se vamos vencer", conta Kamylla.

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Plano de ação

A funcionária de banco Adriana* tem conseguido trabalhar, na maior parte do tempo, em casa, ao lado do marido e dos filhos. Mas há dias em que a profissão exige que ela vá até a agência e passe o período todo lá. Esses são os dias que ela mais teme.

"Nos dias que preciso sair, ficamos um pouco inseguros, mesmo com o atendimento reduzido no banco. Estamos trabalhando com um número menor de funcionários, e o público entra um por vez. Mas assusta mesmo assim porque não temos como saber", comenta a funcionária de 45 anos, que pediu para não ser identificada.

Como o risco existe, Adriana conta que logo no início conversou com o marido e os dois filhos, de 9 e 12 anos, sobre como seria a dinâmica caso ela, ou o marido, fossem contaminados. "Como estamos fazendo esse rodízio na empresa para irmos até lá, já conversamos aqui em casa da logística caso eu, ou alguém, ficasse doente. Temos um quarto que é uma suíte, e a pessoa ficaria lá. Assim não ficaria andando pela casa e não usaria o mesmo banheiro com o restante da família", relata.

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