Você já parou para pensar sobre o poder das palavras? Usadas para expressar aquilo que pensamos e sentimos, elas podem tanto agradar quanto machucar os outros. Isso significa que a maneira como nos expressamos verbalmente tem o poder de afetar diretamente nossos relacionamentos, nosso bem-estar e nossos momentos de convivência.
Acontece que a maioria de nós não costuma refletir sobre o impacto de nossas palavras e é justamente aí que mora o perigo. Em nossos diálogos e, principalmente, durante alguma discussão, acabamos dizendo uma porção de coisas sem pensar. E por que será que fazemos isso? Parece que a culpa é das nossas emoções. Alguns sentimentos mais intensos como a raiva, por exemplo, geram fortes mudanças em nosso sistema nervoso e essas alterações têm impacto direto em nossas palavras e ações.
Quantos amigos ou familiares já romperam relações por conta de palavras que foram ditas sem pensar durante uma discussão? Quantos traumas foram gerados em tantas pessoas por conta de palavras ofensivas e pesadas que um dia ouviram na infância?
A única maneira de evitarmos que as palavras se tornem verdadeiras “armas” destrutivas é recorrermos à razão, procurando dominar nossos impulsos, exercitar o autocontrole e agir com inteligência emocional. Mas cuidado! Não se trata de anular nossos sentimentos, expressões e opiniões, trata-se apenas de saber a maneira e a hora certa de nos expressarmos. Se tivermos como base o respeito, a gentileza e a calma, as chances de magoar alguém serão infinitamente menores.
A mensagem que queremos passar deve ser sempre fortalecedora e construtiva para o próximo. Só assim ela será bem recebida. E para que isso aconteça com sucesso, alguns fatores como o tom de voz, as palavras escolhidas e até mesmo nossos gestos corporais são decisivos.
Na prática
Se você pretende se esforçar para se comunicar de maneira mais saudável, sem ofender as pessoas através de suas palavras, confira algumas dicas que o site colombiano La Familia propôs em uma de suas publicações:
- Aprenda a identificar os momentos oportunos de diálogo
Se você está sentindo raiva e acha que não vai conseguir se controlar, esqueça qualquer tentativa de comunicação no momento. Espere se acalmar e só depois procure a pessoa para conversar. A mesma dica vale para quando você perceber que a outra pessoa está sentindo raiva ou está muito magoada com alguma situação. Esse é um sinal claro de que não é hora de conversar! - Diga para você mesmo aquilo que pensou em dizer para o outro
Esse exercício é uma estratégia extremamente eficaz para evitar palavras erradas e, consequentemente, chateações futuras. O famoso ditado “não faça ao outro aquilo que não gostaria que fizessem com você” também é perfeitamente aplicado às palavras. Você pode até mesmo fazer esse exercício na frente de um espelho. Pensar nas palavras antes de dizê-las ao próximo é uma atitude de amor que, com certeza, te transformará em uma pessoa melhor. - Respire fundo
Inspirar e expirar é um exercício que nos ajuda a acalmar as emoções e a recuperar a razão nos momentos de maior tensão. Lembre-se que as emoções podem ser gerenciadas e que em uma discussão é a sua mente que deve estar no controle. - Procure eliminar palavras negativas no seu dia-a-dia
Como já falamos anteriormente, as palavras, definitivamente, têm poder. E quando elas agem em nosso subconsciente, podem acabar influenciando a realidade. Por isso, procure eliminar toda e qualquer palavra negativa que você costuma expressar no seu cotidiano. Sabe aquelas palavras que falamos dentro do carro enquanto estamos no trânsito intenso? Muitas pessoas costumam até mesmo xingar a si mesmas diante de algumas situações. Essas “autocríticas” podem muito facilmente se transformar em críticas excessivas e ofensivas a terceiros. Portanto, envolva sua mente em pensamentos positivos, pois eles proporcionam um estado mental mais tranquilo que ajuda a dissolver a raiva, a depressão, a tristeza e a irritabilidade. - Exercite a escuta
Saber ouvir é essencial para uma comunicação saudável e eficaz. Às vezes, ficamos tão preocupados com aquilo que queremos falar, que nos esquecemos de treinar a nossa escuta. A grande maioria das pessoas têm muito mais dificuldade de ouvir do que de falar e isso está relacionado, em boa parte, a uma característica egocêntrica que existe em todos nós. Lembre-se de que a outra pessoa pode estar tão ansiosa por ser ouvida quanto você, e que a postura de humildade da escuta ativa pode curar muitas aflições. A escuta ativa se trata de escutar atentamente, considerando com carinho o que a outra pessoa tem a dizer e procurando compreender seus motivos para ter dito isso ou aquilo. Muitas vezes será difícil não responder à altura, mas é exatamente isso que fará a discussão ser mais construtiva do que destrutiva.