Você sabe quem realmente é? Consegue saber quais serão as suas reações diante de determinadas situações, como se sente em relação aos outros, quais suas qualidades e pontos que precisam melhorar?
O autoconhecimento é uma forma de conhecer um pouco mais sobre si mesmo e contribui para o compromisso de viver de maneira consciente, segundo Claudia Dias, coach de vida e carreira e analista comportamental. Para a especialista, uma investigação profunda acerca de si é capaz de revelar seu “funcionamento interno” e possibilita a interação com os seus diversos papéis desempenhados durante a vida.
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Cada indivíduo é formado a partir das experiências vividas, crenças e valores internalizados e do contexto familiar no qual está inserido. Sua personalidade e seu caráter são forjados dentro da família, assim como suas verdades. Por isso é necessário resgatar sua história para buscar respostas em relação aos padrões comportamentais adquiridos ao longo da vida. “O que você vai fazer com as respostas que encontrar é o grande pulo do gato. Não adianta descobrir a razão de um comportamento se não houver a intenção dar um novo significado a ele”, observa a coach.
O autoconhecimento pode ter uma função importante na família, como entender suas próprias diretrizes, sua importância no contexto familiar, suas responsabilidades e reconhecer quais escolhas são mais importantes para conduzir e participar deste núcleo de maneira responsável. Na profissão, este saber contribui para identificar quais são suas qualidades, dons e talentos e permite um posicionamento mais coerente e assertivo perante as decisões profissionais.
“Muitos de nós não conhecemos nosso próprio perfil e acabamos agindo equivocadamente, fazendo escolhas acadêmicas sem considerar qual a sua vocação, em que área realmente é bom e qual atividade traz satisfação e realização pessoal. Este é, sem dúvida, um dos fatores que faz com que tantas pessoas estejam infelizes em suas carreiras profissionais”, destaca Claudia.
“O autoconhecimento traz libertação de nossas verdades limitantes, aprendemos a conviver melhor, a se relacionar melhor”
O indivíduo que investiga quem ele é amplia a visão de si e do mundo e ajuda a evitar problemas, já que as decisões são mais conscientes, bem pensadas e sem precipitações. A pessoa que se conhece é capaz de se respeitar muito mais, gerando maturidade para viver sua vida. “O autoconhecimento traz libertação de nossas verdades limitantes, aprendemos a conviver melhor, a se relacionar melhor, compreendemos que tudo tem o tempo certo de ser, começamos a ter entendimento e isso de fato muda tudo”, considera Claudia.
Este benefício é alcançado quando a pessoa se permite desenvolver esta capacidade. Terapias e ferramentas favorecem o desenvolvimento pessoal e o acompanhamento profissional, de um psicólogo ou psicanalista, por exemplo, ajudam a dar passos mais firmes nessa jornada de autodescoberta.
O desconhecido também traz benefícios
O psicanalista Darci Fernando Martins da Luz enfatiza que a capacidade de conhecer a si mesmo é possível até um certo ponto. No divã, a pessoa consegue elaborar suas questões, queixas, demandas, sofrimentos e alegrias. Neste encontro consigo, o indivíduo se aproxima da sua essência, mas não pode tocá-la de fato por causa dos seus impulsos inconscientes, quando age sem saber qual o motivo da ação.
A falta de autoconhecimento força a pessoa a se tornar criativa para superar suas angústias, a se responsabilizar pelo não saber e a pensar em uma ética singular para sua vida, seus desejos e anseios. “Deve-se pensar em uma vida qualificada, na qual suas ações visam melhorar esta vida de acordo com sua ética e seus desejos”, pontua o psicanalista.
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O não saber também pode ser interessante, pois possibilita criar uma ou mais respostas possíveis diante dos desafios da vida. “Tudo que a humanidade criou foi frente ao desconhecido. Somos curiosos, e capazes não só de alcançar objetivos e metas, como também de refletir se de fato queremos aquilo que desejamos”, exemplifica Luz.
“Às vezes, ao fazer análise, o sujeito percebe que a meta ou o objetivo não era dele, mas do pai, da mãe, do namorado, do patrão, da empresa e tem a possibilidade de se questionar, de elaborar. Costumo dizer que fazer análise é escrever a própria biografia em primeira pessoa, mas com a oportunidade de criar o que ainda será escrito”, finaliza.
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