Mais do que nunca, é preciso aprender a manter o mínimo de saúde financeira para o bem-estar da família.| Foto: Bigstock
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Logo nas primeiras semanas de isolamento social no Brasil devido à pandemia, famílias de todo o país começaram a sentir os efeitos de uma crise que chegou sem avisar. Da noite para o dia, muitos trabalhadores tiveram que pausar suas atividades ou até mesmo perderam seus empregos. E agora, mais do que nunca, é preciso aprender a manter o mínimo de saúde financeira para o bem-estar da família.

Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN) Reinaldo Domingos, a primeira orientação é não deixar o desespero tomar conta. “É um momento excepcional e por isso as decisões não podem ser as mesmas que tomamos em outros períodos”, explica. “Até mesmo deixar de pagar algumas contas pode ser a solução nesse momento”.

E para tomar decisões mais assertivas, é fundamental que a família tenha total domínio de seus números. Isso significa que o levantamento dos gastos deve ser minucioso, desde o cafezinho até a parcela da casa própria. “Nada deve passar despercebido”, alerta Domingos.

Enquanto alguns gastos como gasolina e ida a bares e restaurantes serão automaticamente diminuídos, outros como água e energia podem aumentar. Por isso, o especialista orienta priorizar somente o que é realmente necessário nesse período. “Nunca foi tão importante evitar desperdícios e repensar costumes e vícios”, afirma o economista. “Nos momentos de dificuldade, a humildade é um diferencial. Então, o primeiro passo para mudar sua realidade é aceitar que seu padrão de vida mudou e não viver de aparências”.

Confira as dicas do presidente da ABEFIN para cuidar das finanças da família durante a crise:

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  1. É fundamental reunir a família, abrir a realidade e pensar em ações conjuntas de redução.
  2. É hora de focar na alimentação básica, sem luxos e coisas supérfluas. Opte pelos produtos básicos, com custos menores e esqueça marcas e outras questões que possam elevar o preço.
  3. Não compre roupas, acessórios ou qualquer outra coisa que não seja essencial nesse momento. Valorize o que já se tem.
  4. Suspenda pacotes de TV a cabo e reduza também os pacotes de telefone e internet. É fundamental buscar por redução sem corte, lembre-se que pode precisar de ferramentas para trabalho ou procura.
  5. Procure atividades e cursos que não envolvam custos. Estar em casa é uma boa oportunidade para buscar capacitação. Então, busque pelo aprimoramento de sua atividade profissional ou se dedique a uma nova que esteja pensando em atuar.
  6. Caso tenha, proteja sua reserva financeira (pode ser importante num futuro próximo). Portanto, em caso de dívidas, analise-as individualmente e, se possível, suspenda o pagamento ou renegocie as prestações. Nada de gastar o pouco de reserva financeira que possa ter. Avalie a possibilidade de postergar o pagamento de energia, água e gás – em muitos casos, esses não serão cortados em função da crise.
  7. Congele os cartões de crédito, cheque especial, cartões de lojas e outras ferramentas de crédito fácil. Tudo isso deve ser prioritariamente esquecido de sua vida. Evite-os mesmo em caso de emergência. Se tiver faturas que não tenha como saldar ou que vão comprometer seu caixa e sua reserva, o melhor a fazer é ligar para o credor e dizer “devo, mas não posso pagar agora”.
  8. Exercite o desapego. Busque por produtos em casa que possam ser vendidos e arrecade algum dinheiro, mesmo que o valor seja baixo. Use ambientes de venda online.
  9. Faça sua inscrição em planos de desempregados ou rendas baixas. O governo está com situação de adesões emergenciais. Se tiver um emprego informal, MEI, pequena ou micro empresa, busque linhas de apoio que o governo está oferecendo.
  10. Caso necessite fazer empréstimos, evite a qualquer custo linhas como cheque especial e cartão de crédito que possuem juros exorbitantes.
  11. Busque por uma possibilidade de renda mesmo estando dentro de sua casa.