A crise de ansiedade pode não começar por um motivo específico, mas ser o resultado de um acúmulo de situações mal resolvidas.| Foto: Karolina Grabowska/Pexels
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Quem nunca sentiu uma palpitação ou embrulho no estômago diante de uma situação que gera certo desconforto? Ou então uma noite mal dormida antes de um dia importante no trabalho ou na escola. A ansiedade está presente na vida de quase todo mundo, mas em alguns momentos, para certas pessoas, essa sensação demora muito a passar, se torna frequente demais ou provoca sintomas que assustam e levam ao hospital.

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O psicólogo e professor da Estácio Curitiba, Wallisten Garcia, explica que a ansiedade faz parte da existência do ser humano. Situações novas, o modo de ver a vida, autoestima, medo ou inseguranças causam esse sentimento. Em alguns momentos é normal que se manifeste de forma mais intensa. Mas quando a crise é muito forte e causa sintomas físicos, há motivos para preocupação.

Com a Talyta Ribeiro, farmacêutica, foi assim: taquicardia e sensação de que o peito ia explodir. Ela foi direto para o hospital, achando que o problema era o coração. O diagnóstico? Uma crise de ansiedade. “Eu nunca imaginei que pudesse ser isso. Na minha cabeça era algo de errado no meu corpo, uma coisa física mesmo”, confessa.

Garcia explica que ter sudorese nas mãos, tremedeira e boca seca são sintomas aceitáveis e perfeitamente normais diante de uma situação adversa. Quando não conseguimos identificar o motivo de uma crise de ansiedade é sinal de que alguma coisa precisa ser feita. “Às vezes nos paralisa, nos impede de tomar decisões, está presente a ponto de tomar conta da vida da pessoa”, alerta o psicólogo.

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Como lidar

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“Minha mãe não sabia o que fazer comigo. Eu quase não conseguia respirar”, relata Talyta ao falar sobre a crise que teve. “Quando cheguei ao hospital, depois de alguns minutos, passou tudo”, relata a farmacêutica. Garcia explica que ajudar a pessoa a respirar pode ser bastante eficaz. “Só estar ao lado da pessoa quando ela está nesse momento já faz muita diferença”, destaca o psicólogo.

O principal, segundo ele, é não menosprezar a situação. “Para a pessoa que presencia a situação pode não ser nada, mas para quem está passando por aquilo é um sofrimento profundo, tem um impacto importante”, afirma Garcia. Por isso, dizer que não é nada ou pedir calma, não resolve.

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Quando há um vínculo com o ansioso, fica um pouco mais fácil de lidar com o caso. Ouvir a pessoa, pegar na mão dela ou simplesmente ficar em silêncio já pode ajudar. Tentar desviar a atenção dela para focar em outra coisa é mais uma orientação do psicólogo. Mas quando é algum desconhecido que tem uma crise, o ideal é tentar conversar com ele e conseguir o contato de alguém próximo, que possa oferecer algum conforto. Mas as dicas de respiração e companhia também servem nessas horas.

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Tudo tem um porquê

Garcia reforça, ainda, que mesmo que a pessoa não saiba, a crise de ansiedade tem um motivo. Pode ser que ela não tenha ideia do quanto o problema a incomoda, mas de alguma forma aquilo afetou de tal forma que o corpo deu sinais. Terapia é o melhor caminho para identificar e resolver a questão. “Às vezes não é só um motivo, algo pontual, podem ser vários fatores”, conclui o psicólogo. Talyta precisou parar duas vezes no hospital até buscar ajuda profissional. Desde que começou a ir ao psicólogo, as crises nunca mais se repetiram.