Nos casos em que o ato de comprar se torna uma compulsão, o ideal é identificar o real motivo e buscar ajuda com psicoterapia.
Nos casos em que o ato de comprar se torna uma compulsão, o ideal é identificar o real motivo e buscar ajuda com psicoterapia.| Foto: Pickawood/Unsplash

Quem é que nunca se sentiu realizado por fazer uma compra que queria muito? Ou com a qual sonhava há muito tempo? Essa sensação de prazer, para muitos, faz parte da rotina. O consumo é essencial em vários aspectos da vida, mas em alguns momentos extrapola a necessidade e pode atrapalhar. É por isso que o ideal é sempre avaliar a real necessidade daquela compra.

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A psicóloga Josy Martins, professora do curso de Psicologia da Universidade Positivo, explica que a satisfação é um sentimento muito comum ao comprar e que ser consumista é uma característica tanto de homens, quanto de mulheres. Em igual proporção, de acordo com ela. Mesmo que historicamente a fama da ala feminina seja mais relacionada ao ato de comprar.

“A forma é diferente. A mulher aparentemente consome mais porque são pequenas coisas, como roupas, sapatos. É uma grande quantidade. O homem dá a impressão de ser menos consumista, mas gosta de coisas mais caras”, afirma a psicóloga. Ela também reforça que nem todo mundo é assim e que o consumo faz parte da vida de todos. Em maior ou menor grau.

“Tem gente que compra só o que precisa e quando não tem outra opção. E tem aquelas pessoas que fazem da compra uma fonte de prazer”, destaca Josy.  É aí que mora o perigo. Primeiro porque pode trazer prejuízos financeiros e, em segundo lugar, porque essa pessoa tende a acumular o que compra sem nem dar conta de usar tudo aquilo que tem. “Em geral essa pessoa não doa nem vende. Ela compra, fica com aquilo e vai virando acumuladora”, esclarece.

Sustentabilidade

A preocupação com o consumo em excesso e como isso pode afetar futuras gerações e, inclusive, o mundo atual, serve de estímulo a diversas pessoas e instituições sem fins lucrativos. Uma dessas é o Akatu, fundado há 20 anos com a intenção de sensibilizar e engajar a sociedade para a importância do consumo consciente. “Não existe vida sem consumo, mas também não existe consumo sem impacto” , alerta Felipe Seffrin, coordenador de comunicação do Instituto.

Produzir qualquer produto envolve gasto financeiro e utilização de recursos naturais, já que ao menos água, energia e matéria-prima são necessárias. E desperdiçar quaisquer desses itens é um problema agora e no futuro. “Escolhas mais sustentáveis podem ajudar a sociedade e o planeta, principalmente porque estamos falando de escolhas repetidas diariamente, por um longo período de tempo”, diz Felipe.

Fuga da realidade

É por isso que o mais importante é avaliar o quanto essa compra vai impactar no dia a dia, na rotina e na própria felicidade. Comprar por comprar ou pelo simples prazer de aguardar uma encomenda que foi feita pela internet, segundo Felipe, não pode ser a principal motivação. “A pessoa sente esse prazer, mas ele logo acaba. Essa felicidade é passageira”, completa.

Josy também constata que muitas vezes o ato de gastar ou de comprar pode ser uma fuga de algum outro problema com o qual aquela pessoa não quer ou não sabe como lidar. Nesses casos, o ideal é identificar o real motivo e buscar ajuda com psicoterapia.

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