A vida é dinâmica e exige mudanças, porém algumas pessoas possuem dificuldade em aceitá-las.
Um dos passos, para ajudar o outro é realizar uma avaliação de como você mesmo enfrenta o conforto de suas circunstâncias.| Foto: Bigstock

A vida é dinâmica e muitas vezes exige mudanças inesperadas e outras programadas, quando se percebe a necessidade de mudar algum aspecto da vida para alcançar determinado objetivo. Contudo, algumas pessoas, embora tenham consciência da importância de sua mudança, possuem dificuldade em aceitá-la, preferindo permanecer presas à sua zona de conforto ou paralisadas pelo medo.

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A resistência à mudança sempre vem pela insegurança e conforto, por isso pode ser tão perigosa, alerta Eloisa Feltrin, psicóloga pós-graduada em avaliação psicológica e teoria fenomenológica existencial. Assim, ainda que alguém não esteja completamente confortável com determinada situação, não consegue se desprender dela, pois o corpo humano aprende a conviver com a circunstância atual.

Segundo Eloisa, quando uma pessoa está querendo mudanças e não tem os resultados que espera, é muito fácil sentir frustração. “As pessoas podem sentir desânimo, falta de motivação, o corpo pedindo novamente para ter o estilo de vida que tinha antes”, afirma a psicóloga, ressaltando que quem convive com essa pessoa precisa ter paciência e não deixar ela desistir dessa mudança. “Ambos não precisam ter medo de recomeçar e se adaptar a uma nova possibilidade, afinal, nem sempre as coisas saem conforme o planejado”, complementa.

Diálogo e motivação

Quando a mudança não é aceita por alguém, o diálogo deve ser o ponto fundamental para aquele que pretende ajudá-lo, buscando entender, com empatia e resiliência, quais os princípios que a pessoa possui para não ver o sentido da mudança. Após isso, a psicóloga orienta que se mostre ao indivíduo os prejuízos que pode ter ao permanecer inerte, bem como os benefícios que a mudança lhe trará, sempre de forma delicada e sem imposições.

Eloisa destaca que para motivar alguém a enfrentar as mudanças necessárias, é importante ressaltar o crescimento dela neste processo, apontando as conquistas que alcançou e a proximidade que tem do objetivo final. Também, usar palavras de carinho e afeto, bem como momentos de recompensa pela conquista dos objetivos são sugestões interessantes para inserir na rotina daquele que está em processo de mudança. “Isso além de motivar a pessoa a continuar mudando, fortalece os vínculos de afeto, demonstrando como a mudança pode trazer a felicidade”, complementa a psicóloga.

Além do diálogo, incentivo e motivação, é importante definir limites com a pessoa que precisa alterar seu comportamento. “Podemos pensar em uma limitação de onde a pessoa quer chegar e o que ela vai precisar para alcançar o próprio objetivo”, afirma Eloisa, que diz ainda que é preciso ajudar a pessoa a escolher a melhor forma de fazer. “Estudar o que precisa ser feito para manter e alcançar um objetivo é fundamental, assim, você sabe passos que enfrentará durante a mudança e como não desistir quando encontrar uma limitação”.

Autoconhecimento

Para aceitar a mudança é preciso ter autoconhecimento e flexibilidade para se adaptar à novas experiências, orienta a profissional. “Deve-se conhecer os objetivos, a meta de onde se quer chegar e de que nem tudo ocorre do jeito que se quer. Isso torna a mudança mais fácil, pois entendemos que pode haver imprevistos no caminho. Estar aberto e saber que coisas boas podem vir dessa mudança também é fundamental. Saber quais consequências aquela não mudança de comportamento pode me trazer, os riscos, perigos, benefícios etc.

A psicóloga alerta para que, além de ajudar o próximo, todos sempre realizem uma autoavaliação de como enfrentam o conforto de suas circunstâncias, se há falsa sensação de segurança e estabilidade, bem como o relacionamento que possuem com pessoas que não motivam o seu crescimento. É que, acrescidos da baixa autoestima, essas são características de alguém que possui resistência a mudança. “A pessoa desacredita do seu próprio potencial e do seu valor, então não confia que pode melhorar sua expectativa e qualidade de vida, atrasando seu desenvolvimento pessoal”, conta Eloisa.

Identificadas as características e somadas a um incomodo que cause desconforto ou irritação, Eloisa ensina que o indivíduo deve perceber o sinal de alerta de que a circunstância não é mais adequada e de que precisam ser buscadas novas possibilidades. Nesta hora é importante entender que é preciso muitas vezes ultrapassar a resistência da autonomia para resolução dos problemas e buscar ajuda profissional para que o processo de mudança e aceitação seja direcionado da forma correta.

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