Como vilão ou mocinho, o cartão de crédito está presente na vida de muita gente. Tem quem saiba tirar bom proveito dele, assim como tem quem fuja por não ter controle algum. É fato, porém, que em tempos de crise, ter crédito é algo positivo. Só que o brasileiro está mais endividado e usando mais o dinheiro de plástico. A Gazeta do Povo esclarece os motivos, em reportagem publicada no fim de agosto. O Sempre Família foi buscar as vantagens e as desvantagens de usar o cartão.
É uma das maiores taxas de juros do mercado. Por isso o cartão de crédito é responsável por boa parte dos endividamentos. De acordo com Allan Esron Pereira Inácio, coordenador do Núcleo de Finanças da Escola de Negócios e do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), parcelar a fatura é o maior erro que uma pessoa pode cometer, quando se fala em educação financeira.
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É uma das maiores taxas de juros do mercado. Por isso o cartão de crédito é responsável por boa parte dos endividamentos. De acordo com Allan Esron Pereira Inácio, coordenador do Núcleo de Finanças da Escola de Negócios e do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), parcelar a fatura é o maior erro que uma pessoa pode cometer, quando se fala em educação financeira.
Rotativo é o maior de todos os juros
“Você nunca pode cogitar a ideia de atrasar o cartão de crédito”, alerta Allan, que completa: “Se você não consegue liquidar o cartão, você começa a ter uma dívida muito perigosa”. Ele diz ainda que caso não seja possível quitar a fatura, o usuário deve recorrer a outros tipos de financiamento. São opções: vender algum bem, contrair crédito consignado ou, até mesmo, usar o limite da conta corrente, que apesar de também ter juros altos, custa menos do que as taxas do cartão.
Nesses casos, de impossibilidade de pagar a fatura à vista e encontrar outro recurso, a orientação principal é não voltar a se endividar. “Dívida em cima de dívida tem grandes chances de virar insolvência. Passa a ser muito arriscado porque a dívida do cartão, em poucos meses, dobra”, afirma o especialista.
Sufoco ensinou
A professora Ana Cláudia Ribas viu a fatura do cartão atingir valores nunca imaginados por ela até tomar a decisão de não usar mais esse método de pagamento. “Hoje eu pago tudo à vista. Não importa o valor. Eu guardo o dinheiro antes e só depois eu compro”, conta ela. A decisão só veio depois de passar um sufoco para se livrar da dívida que tinha com a operadora.
O descontrole também fez Maristela Mendes, autônoma, abrir mão do dinheiro de plástico por algum tempo. “Fiquei anos sem usar cartão de crédito por medo de voltar e ficar endividada. Hoje eu tenho, mas o limite é bem baixo”, revela. Essa é uma boa forma de se controlar, de acordo com Allan.
Limite o valor da fatura do cartãod e crédito
O professor dá uma dica: somar semanalmente os valores utilizados para que no fim do mês não haja nenhuma surpresa com a fatura. “Os gastos como conta de luz, telefone, água, aluguel, prestação do imóvel ou do carro são fixos. Você sabe quanto custam todo mês. O cartão é variável, então o ideal é estabelecer um limite”, ensina.
Benefícios diversos
Com relação aos benefícios do cartão, a médica Cristina Massai pode falar do que ela mais aproveita: as milhas para viajar. Recentemente ela e o marido conseguiram passagens aéreas para a viagem de lua de mel somente com os pontos originados do cartão. “A gente compra tudo no crédito, que é para acumular milhas. Não tem nada no débito. Nem o cafezinho de todo dia”, diz.
Os pontos de programas de fidelidade servem não apenas aos viajantes, como explica Allan. A passagem aérea é apenas uma das alternativas. “Você pode vender milhas para terceiros. As próprias operadoras de cartão oferecem ativos. Você compra televisão, batedeira, celular e até converte em dinheiro”, destaca.
Outra das vantagens é o prazo maior para efetuar o pagamento de algum produto. Em muitos casos é possível ganhar até 40 dias para pagar pela compra. Além da possibilidade, em várias situações, de parcelar a compra sem pagar juros. A segurança de não andar com dinheiro vivo também ganha destaque. O mais importante de tudo, porém, ressalta Allan, é usar com cuidado e responsabilidade, sem extrapolar o próprio orçamento.