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Algumas pessoas têm dificuldades para lidar com as responsabilidades da vida adulta e se recusam a crescer. Mas não é só isso que caracteriza a síndrome de Peter Pan, que atinge principalmente jovens entre 18 e 25 anos, mais frequentemente homens, mas em alguns caso mulheres também. Além da falta de amadurecimento, o isolamento e a ansiedade são outros sintomas dessa condição que não afeta apenas a vida pessoal e profissional da pessoa, mas também o relacionamento com aqueles que estão à sua volta, especialmente a família.

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“A dependência financeira e a superproteção dos pais são as principais causas dessa síndrome relativamente nova e pouco conhecida”, explica o terapeuta Clayton Machado. “Essa condição não é considerada uma doença, mas leva esse nome, porque esse personagem da Disney alimenta o desejo de ser criança para sempre, e age como uma, se envolvendo com coisas relacionadas a esse universo”.

Por isso, homens que repetem comportamentos semelhantes ao de Peter Pan e vivem na “terra do nunca” presos a um o mundo longe de responsabilidades da vida adulta, que não trabalham e vivem na “barra da saia” da mãe, sofrem com essa síndrome. “Uma pessoa que está nessa situação criou muitas máscaras, vive numa redoma e precisa de ajuda”, afirma Machado.

Da infância para a vida adulta

A superproteção dos pais é um fator que influencia o desenvolvimento dessa síndrome. “Então, quando adulto, ele quer viver como criança, porque só assim continuará tendo essa proteção”, esclarece o terapeuta. Já na adolescência, quando os pais oferecem uma série de facilidades em casa, eles continuam influenciando o filho a não ter compromisso com ele ou mesmo com o todo.

O problema é que ao chegar à fase do casamento, a realidade é outra. E caso esse problema não seja superado, marido e mulher sofrem juntos as consequências. Portanto, é importante que ambos se conheçam profundamente antes para que um ajude o outro nessa nova fase da vida. A fase do namoro é essencial para identificar essas questões e aparar as arestas necessárias.

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“Um jovem que tem a síndrome de Peter Pan até pode conseguir esconder isso no tempo de namoro e até o noivado, mas no casamento, a mulher começa a perceber de forma muito íntima e concreta essa diferença no comportamento”, exemplifica. Por isso, as fraquezas do marido aos poucos vão se revelando.

Casais que sofrem com essa dificuldade precisam procurar ajuda. “No caso da mulher, às vezes ela chega a acreditar que o problema é ela. Mas, na verdade, o homem mostrou uma imagem antes do casamento que é o contrário daquilo que ela acreditava”. “Esse quadro vai ser mudado ao longo do tempo com terapia. As mudanças serão perceptíveis a partir do momento que vão se abrindo as algemas”, orienta Machado.

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