A proximidade da volta às aulas costuma trazer algumas preocupações para os pais. Além dos gastos com material escolas e toda a readequação na rotina das crianças, – que já estavam pegam gosto pelos dias de descanso -, há ainda a ameaça constante das doenças que podem aparecer no retorno das pequenas à sala de aula. “Crianças até 3 anos têm risco de desenvolver a ‘Síndrome da Creche’, que são as infecções repetidas, como faringites, otites e amigdalites “, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Milton Orel.
O motivo pelo qual algumas crianças adoecem tanto nos primeiros anos de vida escolar, tem relação com o fato de que muitas delas entram cada vez mais cedo na escola. Nessa fase, segundo Orel, alguns anticorpos ainda estão em processo de formação e o sistema imunológico pode ser um pouco mais deficitário. E mais: o verão e a maior frequência em praias, rios e piscinas aumentam os casos de otites (inflamações no ouvido), enquanto o uso intenso de ar-condicionado e ventiladores favorece as alergias respiratórias.
Orel explica, ainda, que a alimentação durante as viagens de férias podem ser a porta de entrada para verminoses, e que até as reformas feitas pelas escolas, no período de recesso, podem contribuir para o quadro de doenças, por causa do aumento da exposição a poeira. Por fim, o contato com crianças, que voltam das férias não somente com novidades, mas também com uma “flora bacteriana” nova, aumenta os episódios de viroses, conjuntivites e problemas respiratórios, graças à exposição a novos vírus e bactérias. “Tem ainda o fato de que, nas férias, os cuidados por parte dos pais são menores, do que no período escolar. Os pais tiram férias também”, diz o especialista.
É possível evitar?
Não completamente. Faz parte do desenvolvimento do sistema imunológico essa exposição aos micro-organismos. No entanto, algumas medidas podem ajudar a minimizar os episódios de doença, e Orel lista algumas práticas valiosas: manter a carteira de vacinação em dia, prolongar a amamentação o máximo possível, alimentação equilibrada e rica em nutrientes, hábitos de higiene pessoal e coletiva, banhos de sol diários e prática de atividades físicas são algumas ações bastante eficientes.
Entre as principais medidas de higiene que devem ser ensinadas e adotadas desde cedo está a de lavar as mãos regularmente, principalmente antes das refeições, antes e depois de ir ao banheiro, ao chegar da rua, especialmente se a criança ficou em lugares com aglomeração, como transportes coletivos. Essa importante atitude é essencial, tendo em vista que a maior parte das viroses entra pela via digestiva, começando pela boca. “Lavar as mãos é uma atitude que faz o ser humano viver mais a cada ano, por incrível que pareça”, esclarece o médico. “Quando não for possível fazer isso, pode-se utilizar álcool gel”, finaliza.
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