Estamos imersos em uma cultura da lei do mínimo esforço, na qual a lógica do “mais fácil” é perseguida em todos os campos. Quando os filhos são educados assim, o que esperar então dos adultos do futuro? Contudo, se os pais se empenharem em educar seus pequenos de modo que respeitem e admirem o valor do esforço, certamente veremos menos lamentações futuramente.
O que é o esforço?
Uma definição precisa é a que traz Francisco Gras, no livro El resultado del esfuerzo aplicado a los hijos. “O esforço é o emprego enérgico da vontade ou da força física, a ação ou o ânimo contra algum impulso ou resistência, tendo que vencer dificuldades para alcançar o objetivo. É o contrário da resignação e a principal avenida para sair das mais diferentes crises”.
Quem traz outro conceito é Regino Navarro Ribeira, no livro Definiciones de valores. Para ele, trata-se do “comportamento do ser humano que o leva a superar a tendência ao fácil e ao cômodo. Convencimento traduzido em obras de que tudo que vale a pena só se consegue se esforçando”.
Partindo dessas definições, fica claro que quando ensinamos o esforço, estamos transmitindo intrinsecamente outros valores primordiais na formação humana, como a generosidade, a colaboração, o desprendimento, a disciplina, a fortaleza, a obediência, a paciência, a perseverança, a temperança, a tolerância e o controle.
Por que importa?
Ensinar aos filhos as vantagens de se esforçar por seus desejos e motivações é uma tarefa que deve começar já nos primeiros meses de vida. Essa necessidade parece ainda mais urgente nos dias de hoje, em que a sociedade é regida pela comodidade e aquilo que é importante para desenvolver o “ser” é visto como inferior àquilo que é suficiente para “ter”.
Portanto, os pais devem dar exemplo, apontando e praticando continuamente a virtude do esforço, mesmo que seja preciso ir contra a corrente nas atividades ordinárias da vida, para poder deixar algo para o futuro, uma marca permanente em seus filhos.
O esforço traz consigo muitas vantagens para a formação do caráter e o desenvolvimento até a idade adulta. Por exemplo, o esforço prepara a pessoa para dar conta de situações adversas, dando-lhe mais tolerância ao fracasso e uma maior aptidão em ambientes que apresentam desafios e dificuldades.
Além disso, o esforço solidifica a segurança e autoestima, pois sublinha que a comparação com os demais é inútil. Afinal, é o esforço que produz a satisfação de que aquilo que foi conseguido é fruto de nossa própria valentia. Quem se esforça é mais consciente de que o caminho fácil sempre deixa certo desgosto.
Dicas
Para que os filhos vivam o valor do esforço, é preciso evitar a superproteção e reforçar a autoridade e a disciplina. Confira algumas ideias para pôr em prática:
- Atribuir mais responsabilidades além dos deveres escolares. Pode ser alguma tarefa de casa, como arrumar o quarto, limpar o carro, ajudar a pôr a mesa, etc.
- O bom uso do dinheiro é uma ferramenta excelente para ensinar esse valor, especialmente aos adolescentes, que já conseguem entender o conceito. Por exemplo, você pode ensiná-los a doar parte de sua mesada a uma pessoa necessitada ou contribuir com alguma causa social.
- Convidá-los a realizar atividades lúdicas que exigem concentração e perseverança, como quebra-cabeças ou jogos que estimulem o raciocínio.
- Fazer algum esporte ou outra atividade física são formas de viver o esforço na própria carne. É importante que as crianças realmente gostem da atividade e não que seja uma imposição.
- Conhecer outros estilos de vida é um recurso proveitoso para ensinar esse valor. Se vocês vivem na cidade, mostrar aos filhos como é a vida de uma criança no campo traz um bom aprendizado sobre o esforço.
- Por fim, o âmbito escolar é o cenário perfeito para desenvolver o esforço, pois continuamente aparecem oportunidades que podem ser bem aproveitadas para reiterar a necessidade de se esforçar para alcançar um bom objetivo.
Com informações de La Familia
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