Desde 1990, a Rússia registra uma taxa de fertilidade incapaz de manter a sua população, o que acarreta inúmeros problemas para o desenvolvimento de um país. Embora esse índice esteja crescendo – em 1999 era de 1,17 filho por mulher, enquanto que em 2015 era de 1,75 –, ainda é insuficiente. Especialistas em demografia da Rússia, contudo, esperam, curiosamente, que a Copa do Mundo de 2018 tenha um impacto positivo e contribua para a elevação da taxa de fertilidade russa.
Pesquisas realizadas em países que já sediaram Copas do Mundo constatam esse crescimento: a Inglaterra, que sediou e venceu a Copa de 1966, experimentou um aumento na taxa de fertilidade após o evento; o mesmo aconteceu na Alemanha, em 2006, e no Brasil, em 2014: registraram-se respectivamente 15% e 7% mais nascimentos em março do ano seguinte ao mundial, comparativamente ao mesmo mês no ano anterior.
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Isso se deve, segundo especialistas, ao fator de bem-estar produzido por um evento esportivo dessa magnitude. “Para muita gente, o entusiasmo sentido durante a partida se prolonga e é empregado de outras maneiras depois do apito final”, avaliou o obstetra Rolf Kliche à mídia alemã em 2007.
Os efeitos positivos do futebol sobre a taxa de fertilidade de um país não se limitam a grandes torneios. Em 2013, um artigo publicado no British Medical Journal cunhou a expressão “Geração Iniesta” para explicar uma explosão de natalidade que se deu nove meses depois a um gol marcado por Andrés Iniesta em maio de 2009. Em uma partida contra o Chelsea em Londres, o craque do Barcelona balançou as redes no último minuto, garantindo a vaga do time catalão na final da Liga dos Campeões. Em fevereiro de 2010, os nascimentos na região de Barcelona se mostraram 16% mais numerosos do que no mesmo mês do ano anterior.
Casos como esse têm se repetido de tal maneira na Europa que gera até brincadeiras por parte dos clubes. No começo deste ano, o Roma protagonizou uma recuperação incrível em uma partida contra o Barcelona, pela Liga dos Campeões, com um gol já nos acréscimos do segundo tempo. O perfil do clube no Twitter imediatamente propagandeou produtos para bebês com o nome do time, dizendo: “Quem sabe daqui a nove meses venderemos vários desses”.
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A anfitriã da Copa do Mundo deste ano está indo mais longe do que se esperava, depois de uma campanha mediana nas eliminatórias. A Rússia enfrenta no sábado (07/07) a Croácia, valendo uma vaga nas semifinais. Para os especialistas em demografia e as autoridades do governo da Rússia, é uma chance de que o bem-estar produzido pelo mundial – e evidente nos sorrisos de russos e russas em todo o país – possa ser celebrado com um boom de nascimentos em abril de 2019.
Com informações de BBC.
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