Acampamento de refugiados ao lado da catedral, ao fundo (foto: Wikimedia Commons)
Acampamento de refugiados ao lado da catedral, ao fundo (foto: Wikimedia Commons)| Foto:

O Sudão do Sul, na África, está em guerra civil há quase quatro anos e igrejas do país, como a Catedral de Santa Maria Auxílio dos Cristãos, em Wau, têm sido usadas para acolher refugiados. A grande catedral, no norte do país, está acolhendo em seu complexo arquitetônico mais de 10 mil pessoas que buscam se proteger do conflito.

Neste conflito, enfrentam-se – potencializados por divisões étnicas – os partidários do presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar. Os combates fizeram com que mais de quatro milhões de cidadãos abandonassem o Sudão do Sul em busca de paz, comida e trabalho. Apenas a vizinha Uganda já acolheu mais de um milhão deles. Quem não consegue sair do país encontra refúgio nas igrejas e em campos da ONU.

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“Aqueles que fogem acreditam que os rebeldes também temem a Deus e não se atreverão a assassinar civis do lado de uma igreja”, afirmou à IRIN News o padre Moses Peter, que trabalha na catedral de Wau. “Muitas outras igrejas também acolheram milhares de pessoas”.

“Os soldados queimaram as nossas casas, pegaram nosso gado e quase destruíram toda a minha aldeia”, contou Maria, uma refugiada idosa e deficiente que vive na catedral desde o ano passado. “Não sei por que eles me pouparam, mas me deixaram abandonada e indefesa”.

Apesar desta situação adversa, várias agências internacionais ajudaram a melhorar a catedral, os banheiros, as bombas de água, as salas de aula e os centros de saúde. Atualmente, porém, o fornecimento de alimentos está estagnado. Os responsáveis pela catedral cavaram dois novos poços nas imediações para garantir o abastecimento de água.

“Não temos nada, nem sequer sal. Nossa roupa está suja e há dias em que tudo o que temos é água”, disse ao Catholic News Service uma refugiada chamada Rita, que está acampada com seus três filhos junto de uma árvore ao lado da catedral. Soldados os tiraram de sua casa e a incendiaram.

Além disso, as pessoas que trabalham na ajuda humanitária no templo receberam ameaças – e a igreja tem apenas um guarda para protegê-la. Dois membros do coro da catedral chegaram a ser mortos ao sair do templo. A situação é de tal modo crítica que quem morre está sendo enterrado no terreno da catedral, para se evitar o perigo de ir até o cemitério.

 

Com informações de Catholic News Service e IRIN News.

 

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