Estar em um relacionamento significa somar experiências e vivências. No início de uma relação, constantemente a paixão faz as pessoas terem vontade de fazer tudo juntas. Tem casal que é tão grudado que deixa a família e os amigos de lado e troca qualquer programa pra não ter que ficar separado por algumas horas. É claro que isso não é lá muito saudável, mas o oposto também é verdadeiro. Se marido e mulher não querem mais passar tempo juntos, é sinal de que algo não vai bem.
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“Casamento, como qualquer outra relação, é uma via de mão dupla”, defende a psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Andrea Valente. E se falta essa parceria é sinal de que algo não vai bem. “Mas também não há relação sem problemas, ainda mais com o passar do tempo”, diz ela. Mediar conflitos, por outro lado, é possível desde que o casal se pergunte constantemente o porquê daquela discussão e queira fazer o relacionamento funcionar.
A lista de desculpas para não priorizar uma relação pode ser imensa, mas algumas são bem comuns e revelam que o casamento já não é prioridade para o casal.
Evitar conversas sobre a relação
Se o diálogo é impossível, discutir a relação vira um pesadelo. Esse é um sinal bem importante e muito comum entre os casais. A psicóloga Eloísa Feltrin acredita que comportamentos assim são uma fuga e exigem reflexão. “A gente tem que pensar quais são os motivos que levam a essa vontade de fugir. Seja da conversa ou de um carinho que o companheiro queira fazer”, ensina ela.
Andrea insiste que discutir a relação não precisa ser necessariamente ruim. Isso acontece, de acordo com ela, quando não há diálogo ou consenso. “A orientação é pensar se sou eu que sou intolerante ou se meu companheiro que não aceita conversar”, diz a psicóloga.
Ter mais discussão do que diálogo
Se o casal mais briga do que conversa não é bom sinal. Nenhum relacionamento é perfeito e os atritos sempre vão existir, segundo Andrea. É a forma de lidar com os problemas que mostra se a pessoa está ou não disposta a resolvê-los. E não ser assertivo para comunicar o outro que algo está errado pode ser o início do fim. “Tem que pontuar mostrando sentimentos. Falar gostei ou não gostei ou isso não me agradou”, explica Eloísa. Não falar não é resolver. “Às vezes a gente acha que a outra pessoa está bem porque não há reclamação, mas o esgotamento emocional é imenso”, destaca ela.
Estar com outras pessoas é mais prazeroso
Se o outro prefere estar com qualquer pessoa que não o cônjuge, também é preciso ficar atento. Ter momentos individuais é muito importante, revela Andrea, mas não poder ou não querer levar o marido ou a mulher para as reuniões com os amigos é colocar o casamento em segundo plano. “Relacionamento é soma. A outra pessoa precisa acrescentar algo”, ressalta Eloísa. Andrea diz que a cumplicidade e o companheirismo devem existir, inclusive, quando tudo vai mal.
Intimidade não é frequente
Não é só a vida sexual que deve ser levada em conta no aspecto da intimidade. “É um carinho, um bom dia, ouvir uma música junto ou preparar um jantar especial”, aponta Eloísa. O casamento, com o tempo, acaba virando uma amizade e uma parceria, mas a chama não pode apagar, segundo Andrea. “É preciso ter prazer de estar com o outro e só com o outro”, reforça.
Não ter companheirismo
Esse ponto está relacionado ao egoísmo do parceiro, que pode envolver, inclusive o trabalho. Se um dos envolvidos no relacionamento só pensa em si e não consegue fazer nada pelo outro é porque essa relação já não tem mais tanta importância assim. Ou pelo menos nesse momento não é prioridade. “Se eu não faço nada pelo outro preciso pensar como me sentiria se ninguém fizesse nada por mim”, argumenta Eloísa.
Se colocar no lugar da outra pessoa é uma técnica que sempre funciona. A orientação principal da Andrea e da Eloísa é sempre tentar o diálogo. Insistir na conversa e ser assertivo ao falar das próprias emoções é a melhor forma de expor problemas e sentimentos. E se isso parece impossível, ajuda profissional e terapia podem auxiliar o casal a resolver tudo isso e se reaproximar.