A cerimônia do casamento estava terminando e, em vez de os noivos se sentirem mais tranquilos do que quando caminharam até o altar, a ansiedade aumentava. “Sabe quando você pega na mão de uma pessoa pela primeira vez e sente aquele friozinho na barriga? Eu estava assim”, conta a professora Lindsey Santos, que beijaria o noivo Guilherme Antônio Silva pela primeira vez. “Foi perfeito!”.
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Segundo ela, o namoro — com duração de um ano e cinco meses — teve o objetivo de fazer com que os dois se conhecessem emocionalmente, aprendessem a lidar com as dificuldades de uma relação e demonstrassem carinho por meio de gentilezas. “É o chamado namoro de corte, que é muito mais do que simplesmente não beijar”, afirma a curitibana de 27 anos.
Nessa opção de relacionamento, o casal conversa muito, se abraça, anda de mãos dadas e dá beijinhos no rosto, mas decide deixar as carícias, o beijo na boca e a vida sexual somente para depois do matrimônio. “Com isso, em vez de priorizar o contato físico, a gente tem mais tempo para conhecer de verdade o outro”, explica a noiva. “Ou seja, buscamos a química emocional para que a química física seja consequência lá no casamento”, completa Guilherme.
Isso, de acordo com eles, faz com que o casal aprenda a amar o outro de forma profunda e tenha mais força para resistir às dificuldades que enfrentarão no futuro. “Diferente de quando os dois vão direto para a intimidade física e, por não terem desenvolvido bem a intimidade emocional, têm um ‘amor’ ralo que acaba por qualquer coisa”, explica Lindsey.
Por isso, o objetivo do namoro de corte é ajudar o casal a desenvolver esse amor profundo que os leve ao altar e a um casamento duradouro. “E, no fundo, é isso que a maioria dos homens quer: uma mulher ao seu lado que some, que seja companheira e esteja disposta a enfrentar os desafios da vida”, afirma o noivo, contando que esse desejo o encorajou a deixar os beijos de lado e apenas cortejar sua namorada entre março de 2020 e agosto de 2021.
“Quando o foco é encontrar alguém para passar o resto da vida, vale a pena investir tempo para conhecer a pessoa profundamente, seus sonhos, traumas, seu jeito de ser e saber se consigo lidar com isso”, afirma. Sem contar que “o processo faz com que eu veja se estou maduro para amar uma mulher do jeito que ela merece e saber que serei amado na mesma intensidade”.
Por isso, assim que Lindsey comentou da vontade de viver um namoro de corte que a preparasse para o casamento, o bancário de 24 anos começou a pensar nessa possibilidade e a imaginar a amiga como sua futura esposa. “Aí pedi para ela namorar comigo e conversei com o pai dela também”, lembra. “Essa parte foi tensa, mas deu certo”, brinca o rapaz, que também enfrentou outro desafio.
Segundo ele, alguns de seus amigos acharam a decisão antiquada e fizeram piadinhas, mas a maioria respeitou e ficou na torcida para que o casamento acontecesse. “E isso é um ponto importante para que o namoro de corte dê certo: saber que o processo tem prazo”, explica. Afinal, “como já tínhamos uma boa amizade antes de namorarmos, o relacionamento já começou com perspectiva de chegar ao altar”.
E teve gente que se inspirou!
Além disso, o casal fez um perfil no Instagram para relatar os detalhes do processo e acabou incentivando outras pessoas como a artesã Juliana Abrão, de 20 anos, e o auxiliar de expedição Gustavo Zanatta, de 21. “Namorávamos desde 2020, mas não éramos cristãos e nem tínhamos esses valores no nosso relacionamento”, conta. “Só que sentíamos um abismo na relação”, afirma, ao lembrar o quanto a história da Lindsey e do Guilherme chamou sua atenção. "Eles tinham um brilho diferente".
Por isso, depois de um ano e oito meses de namoro, Juliana decidiu conversar com o namorado para que iniciassem o processo de corte. “E foi uma das melhores decisões das nossas vidas porque todo o abismo que existia entre nós foi preenchido”, comemora. “Nos aproximamos como casal, nosso amor um pelo outro aumentou e sentimos que Deus está nos preparando para o casamento”.
Só que, mesmo que a relação antes do matrimônio já traga benefícios, Lindsay e Guilherme garantem que as maiores bênçãos virão nos anos de matrimônio, quando a maturidade emocional desenvolvida pelos dois fortalecerá a relação conjugal. “Será mais fácil resolver os problemas, ser vulnerável com o outro e lidar com briguinhas e desentendimentos do dia a dia”, afirma. E acredite: “a intimidade física de uma relação construída com tanta confiança é incrível!”, finaliza Guilherme.